quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Voadora

Sei que prometi os textos da noite perfeita, mas antes disso, eu só queria contar mais uma.

Eu estou fazendo uma disciplina de laboratório que é em grupo de seis pessoas, e para todo experimento temos que fazer um relatório. Eu fiquei para fazer a parte final dele. Nosso prazo era ontem. O relatório foi entregue no dia, mas antes disso eu tive que me expor e finalmente reconhecer que meu caso é sério. Explico.

Antes disso, na segunda-feira, véspera do dia de entrega do relatório, tínhamos uma palestra sobre a nova lei de estágio. Porém, não nos foi informada a sala onde ela ocorreria, somente sabíamos que era no departamento do meu curso. Ficamos quase a turma inteira no saguão, aguardando a professora. Mais de vinte minutos de "atraso" e resolvi procurar a professora. Nada.
Até que eu a encontrei já ministrando a palestra em uma sala. Juntamente com, dentre outras pessoas, dois colegas meus. Custava a eles sair e avisar "ó, gente, nós estamos na sala de seminários B"? Mas não, eles tinham que usar do seu egoísmo e monopolizar a informação.
Isso porque toda vaga de estágio que eu acho interessante, toda informação que eu acho relevante, eu repasso para a turma assim que eu saiba dela (inclusive da palestra); remontei o grupo de emails da minha turma para facilitar essa troca de informação, ou seja, faço de tudo para ajudar para receber ISSO?
Expliquei, tentando não olhar para a cara dos meus dois colegas que estavam na sala, que havia um grupo grande do lado de fora que estaria aguardando a palestra, mas ninguém foi informado do local. Daí, a professora se ofereceu para ministrar a palestra novamente.
Minha carótida já estava dolorida, de tanta raiva. E eu ainda tinha que terminar o relatório.
Eu sou muito chato, confesso, quando o assunto é organizar informação em um relatório, coisa que aprendi durante a pesquisa em iniciação científica. Mas eu passei a exigir o mesmo de um relatório didático. E mandei um email para o meu grupo de laboratório praticamente dando uma voadora no pescoço de todo mundo: esse relatório está horrível, ninguém confiou em ninguém e repetiu muita informação, colocou informação onde não devia, informação errada, etc.
Agora eu estou arrependido do email, mais por fazer meus colegas ouvirem tanta ladainha do que por mim mesmo. Mas serviu de lição.
Eu não estou curado.

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