domingo, 24 de junho de 2012

Loop infinito

Deixa eu começar a pagar minhas promessas bestas que fiz nas últimas semanas. Primeiro, prometi que ia contar sobre a psicoterapia.

Comecei a fazer, sem grandes esperanças. Afinal, coisa que eu mais faço aqui é me analisar, qual é a diferença? Enfim, a cada sessão, eu saio mais acabado que antes. Por ficar mexendo merda que tava seca num canto, acabo fazendo meus problemas federem cada vez mais.

Sim, eu sei que eu sou uma pessoa que tem um medo enorme da opinião que as outras pessoas podem ter de mim. Que eu penso demais e ajo de menos. Que eu cedo demais. Que eu reprimo muito minhas vontades só por conta desse medo da opinião alheia. Tô cansado de saber que tudo o que me angustia se resume a um só problema: eu me cobro demais.

Cobro de mim mesmo uma excelência em tudo. Por exemplo, não consigo admitir que eu esteja em forma, e vou a nutricionista e me submeto a restrições alimentares dificílimas. Sacrifico meu tempo livre na cozinha só pra não sair da dieta; já que, quando saio, eu tenho mais uma crise de prisão de ventre, minha parça de muitos anos. Mas até que ponto essa prisão de ventre é somática e não psicológica, ou seja, o que causa essa prisão de ventre é meu intestino preguiçoso por definição ou se trata de uma fixação anal-retentiva, literalmente?

Já estou cansado de saber qual é o meu problema. Não precisava de alguém para me escancarar dessa forma, tampouco pra ficar jogando tudo isso na minha cara, pra eu ficar mais arrasado ainda.

Realmente, eu já esperava que fosse bem angustiante, mas eu não estou vendo progresso nenhum. Ter consciência da causa dos problemas é uma coisa, resolvê-los é outra.

Quero respostas.

E pra piorar, eu tenho sentido que a psicóloga se importa demais com descobrir a origem das coisas. E daí que eu tenha sido bastante excluído na escola da sexta à oitava série? E daí que eu tenha tido muito mais amigas que amigos, não tendo desenvolvido manhood suficiente quanto se espera de um homem feito? Meu passado não vai mudar só porque passei a ter consciência dele.

Não consigo imaginar outra razão para que ela faça isso sem ser para me encaixotar num modelo e me prescrever um tratamento também encaixotado, produzido em série. Fosse fácil assim, eu viveria minha felicidade artificial numa cápsula de Rivotril. Preferiria "fumar um" todo dia que daria na mesma e seria mais barato. Barato, heh.

E por isso mesmo é que eu falei na última vez que eu fui lá que eu não quero mais continuar, porque não estou sentindo progresso nenhum, não estou sentindo resposta. Falei nesses termos. Ela rebateu: "eu não tenho essa resposta, nenhum psicólogo vai ter essa resposta".

Imaginei ela com aquele robe de monge budista, vermelho e amarelo; palma da mão estendida em sinal de paz, dizendo "a resposta está dentro de você" num tom de voz à la Mestre dos Magos.

Puta que pariu! E qual é a função dela, então? Cronometrar meu tempo (e o tempo dela), porque hora de psicanalista tem 45 minutos? Já escrevo sobre tudo o que me angustia faz muito tempo, não preciso de alguém para me ouvir sem me julgar. Já tenho meu canto sem julgamento de ninguém; tão escondido que qualquer busca no Google me acharia.

Ela deixou um contato, caso eu volte atrás na minha decisão. Perda de tempo.

E continuo nesse loop infinito: estou cobrando de mim mesmo que eu preciso parar de me cobrar. Como sair dele? Eu só queria essa resposta, que eu não vou encontrar na psicoterapia. Porque, afinal, a resposta está dentro de mim. Cada uma que eu preciso ouvir...!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Recaída

Bom, conforme eu escrevi da última vez, eu percebi que eu precisava sacudir a poeira e me rodear de gente que me faça bem.

Encontrei na academia uma amizade improvável. Confesso que I had a crush on her, mas nada muito uau. Instrutora do RPM, foi ela que acabou me puxando pro meu mais recente hobby não tão hobby assim: ciclismo. Aline* e eu não temos lá nenhuma amizade truly, mas o jeito de mulher poderosa, com uma pitadinha de meiguice de menina acaba me tragando...

Tá bom, tá bom, confesso. I do have a crush on her. I still do. Mas agora mais maduro, sem idealizações, sem ser previsível demais.

E puxando aos poucos, ela tem me convidado para uns programas. Um sábado aí, retornamos ao mesmo lugar em que um homem comprometido foi agarrado. Não conhecia ninguém à exceção dela.

Conversas um pouco incômodas, do tipo "estou há tantos anos solteira", ou comentários sobre os outros caras na balada; com uma naturalidade tal que me encabulava mais ainda.

Enfim, conversa vai, conversa vem, notei que uma das amigas dela, a Célia*, estava olhando demais pra mim. Não comentei, não disse nada. Afinal, eu já era um estranho, e vai que eu dou uma bola fora, comentando sobre uma possível pessoa comprometida. Ainda mais depois do episódio do "cara comprometido", não duvido de nada. E além do mais, eu já fui mal-intencionado: aproveitando dessa função de abre-alas que a Aline teria que ter, conversaríamos mais e então Aline e eu...

Enfim, percebi que era só eu virar para o lado da Célia e ela sorria. A linguagem corporal dela era estranha: por um lado, ela abria o sorriso em resposta e se virava para o meu lado, apontando os pés para o meu lado, o que é um sinal bem sutil, mas bem claro. Por outro, ela ainda "segurava o escudo" -  protegia-se com o braço à frente do corpo, brandindo a garrafa long neck como um escudo espartano.

A Célia estava com uma amiga, com uma cara de eu-deveria-ter-ficado-em-casa. Um tempo depois, essa amiga da Célia atendeu sua própria vontade, e foi embora. Célia ficou sozinha, e se jogou num sofá dessa balada.

Gu, posso te contar uma coisa? Uai, Aline, pode. A Célia quer ficar com você.

Err... é... então... eu tinha percebido.

Nem imaginei que talvez tivesse esse tipo de... de... sei lá, combinação entre as mulheres; ainda mais levando que eu era um dos poucos homens desacompanhados do grupo. Não que eu esperasse disputa de puxão de cabelo, mas normalmente quem faz esse tipo de jogo são homens superficiais demais ou mulheres caídas de amor. O que com certeza não era o caso, já que teoricamente não nos tínhamos visto antes. Estava eu sendo observado desde o começo? 


Não, Aline, eu quero você.


Sentei no sofá perpendicular ao que Célia estava sentada. Olhei para ela, com cara de Gato de Botas, e depois para o espaço ao meu lado. Senta aqui. Não me cabe, senta você de cá, retribuindo minha cara de pidão com um olhar meio blasé.

Fui. Deixei que ela puxasse assunto, dada a minha vasta experiência.

Olhei nos olhos, depois na boca e voltei aos olhos, mesma cara de maior abandonado, assim como a música que a banda havia tocado antes.

Qual é o sentido disso? A gente não se encaixa: ela, com sua expressão blasé e beijo sedento demais; eu, me escondendo atrás de um muro de timidez e beijo suave, lento. Não, não faz sentido.

Deixei-a na porta de casa. Mesmo que estivesse com vontade de ir além naquela one-night stand, estava consciente de que não daria certo. A gente não se encaixa. Definitivamente.  Não vou perder meu tempo.

Fui embora. Dirigindo pela madrugada, olhando pela janela, a luz amarelada dos postes como única companheira...

Como é que tem gente que gosta dessa vida de solteiro? É vazia! É cheia de nomes perdidos nas noites. Às vezes, nem mesmo nomes, só rostos e beijos desencontrados. Não que eu esteja com um par de alianças no bolso just because, mas eu não consigo viver essa vida de solteiro bandido.


E nessa hora, pensei em Diana. Nós sim, tínhamos algum quê de sincronia física. Ou não, vá saber? Foi a única experiência mais profunda que eu tive até agora... Definitivamente eu não fiz nada de diferente ou especial pra ela. Não há razão para ser diferente com outra pessoa.

Não, não pense nela. Isso é pura carência, não vale a pena. Você já sabe onde estará se metendo (heh), não perca seu tempo. Figurinha repetida não completa álbum.

Sei que "não é certo" em se falar de tipos de pessoa, mas eu sei o tipo de mulher que eu quero. Com todo o respeito, nem Diana, nem Lívia, nem Célia o são.

Rádio patroa

Lembra um quadro antigo do Zorra Total em que as empregadas domésticas de um condomínio se juntavam nas janelas das áreas de serviço? "Rádio patroa, vamo nessa que a fofoca é boa"? Então. Da mesma forma, eu sempre brinquei que existe uma rádio no meu departamento - impressionante como notícias correm naquele departamento. Sobre mim inclusive.

Explico.

Defendi meu mestrado no dia 20 de abril. Tem toda uma história de bolsa por trás dessa defesa, que não vem ao caso agora, e conto depois (senão eu perco o fio da meada, igual a última vez). Pra comemorar, peguei umas cortesias numa balada, o que me deu um trabalhão só.

Por respeito, por amizade, ou mesmo por piedade, convidei a Diana. Ficaria muito chato se eu não a convidasse, mas eu tinha a total certeza de que não estaria confortável se ela estivesse lá, espreitando cada movimento, como um grupo de hienas atrás de um gnu, preparadas para o ataque ao menor sinal de fraqueza.

Já pressenti isso desde o começo. Só que a "rádio patroa" não ajuda. Por facilidade, por conveniência, por vários outros motivos exceto carência afetiva, entreguei parte das cortesias pra ela, pra que ela distribuísse às pessoas do laboratório dela. E o que a rádio patroa faz? Fofoca, c'est claire.

Sim, sim eu sabia das consequências em confiar na prestatividade dela, mas vão pra puta que o pariu esse povo mexeriqueiro de quermesse. Outra consequência que eu em partes esperava era uma possível má interpretação desse pedido. Relevei, porque achei que estávamos resolvidos, ou seja, eu a estava pedindo um favorzinho como um amigo.

Quando cheguei, eu me arrependi um pouco dessa decisão. Sabe quando as pessoas começam a conversar com os olhos e sorrisinhos de rádio patroa? Então. A maneira que encontrei de evitar toda essa aura de conspiração em volta de nós dois, toda essa perseguição de ave de rapina, foi evitando ficar perto dela.

Encontramos lá dentro uma parte da turma do mestrado que entrou agora, que eu nem conhecia. Dentre elas, uma quase-conterrânea.

"Água? Como assim, você agora é mestre! Vamo beber!", ela disse.
Estava bebendo água, sim. Cansado do dia tenso e corrido, cansado só de pensar em enfrentar a rádio patroa, não estava bem-humorado. Não queria beber. Queria mesmo era ir embora. Mas eu era "anfitrião", primeiro a chegar e último a ir embora. Só consegui arranjar força pra ir em quatro cápsulas de pó de guaraná.
Terminei a água, parti pra uma caipirinha de saquê, só pra não ter o trabalho de ter que pensar, já que copiei a ideia da minha conterrânea.
"Sabe dançar?", perguntou. Balancei a mão, querendo dizer mais ou menos.

Devo ter dançado uns dois forrós e mais nada. Assim que acabou, ela olhou nos olhos, desceu um pouquinho e sorriu um sorriso discreto de menina meiga, que teria um quê de sensualidade inocente, se não fossem os dentes tortos. Claro que eu entendi o significado. Eu não soube onde enfiar a cara. Até que ela encontrou um lugar pra enfiá-la.

Na dela.

Nem tive tempo de reação pra fugir da finalização com chave-de-braço. Eu me senti o pior filho da puta da Terra: convido a Diana, peço o favor de distribuir parte das cortesias, dou sinal de segundas intenções, mesmo que eu não tivesse nenhuma e me deixo fazer uma coisa dessas?

Quando olho para o lado, vejo a Diana de costas, abrindo a porta da saída para os caixas. Pronto, agora a desgraça tá feita.


Como é que eu pude ser tão ridículo?


Já que a desgraça tava feita, dissimulei, mas não suportei muito. Desabafei com duas pessoas, mesmo que não tivesse intimidade suficiente com elas, mas que em partes são testemunhas de quase tudo o que aconteceu: Alê e Bruno. Nenhum dos dois estavam sóbrios o suficiente para tentarem falar alguma coisa além de "Aeeee" ou "Viche moleeque". Tudo bem que eu esperava algo do tipo, mas eu precisava por  pra fora o que se passava cá dentro.


Detalhe: até agora eu não sei o nome da lutadora que me finalizou. Melhor que eu não saiba mesmo, já deu problema demais e vai dar mais problema ainda. Whatever.


"Maaash não era voschê que tava fic-hic-ficando com a Lívia*?", disse uma das outras meninas da turma dos recém-mestrandos. Bêbada? Imagina.
"Oi?" ah, sim, obrigado por me falar o nome dela.


Fui embora um pouco depois. Não consegui dormir, a consciência pesando mais que as pálpebras, que antes estavam ganhando.

Logo na segunda-feira, uma pessoa, que em partes sabe do que se passou entre mim e a Diana, veio me falar que estão falando que a Lívia "agarrou um cara comprometido", nesses termos. Eita rádio patroa filha da puta!, respondi. Imagina só se esse povo tivesse se encontrado no domingo! Seria ainda antes de dois dias!


Depois de um tempo, me veio um pensamento: peraí, como que a turma de recém-mestrandos sabe do meu suposto (e falso) comprometimento? Ninguém aqui era nem graduado antes de tudo isso, impossível! Alguém contou! Quem?


Daí eu me lembrei da popularidade do Bruno. Boa-praça, easy-going... é a única pessoa que poderia ter esse tipo de "intimidade" com os recém-mestrandos e que ao mesmo tempo sabe de parte do que aconteceu entre mim e a Diana.


E de novo, um buraco no peito.

Pensando bem, eu nunca confiei no Bruno, nem na sua turminha de amigos. Vivem fazendo troça até hoje de tudo e de todos, vivem combinando programas na minha frente e não me convidam... Mas isso? O que eu fiz pra eles? Fiquei muito desapontado. Muito.

Além de ter perdido eternamente a amizade da Diana, agora estou praticamente sem ninguém por perto.

Minha vida desde então tem sido igual à da personagem de quem eu narrei há um bom tempo: Morgana, após ter falhado completamente sua missão de vida, se isola na sua antiga casa, na Cornualha. Tudo o que tenho tentado fazer está arruinado, Kevin, eu falhei, falhei.

Falhei com Diana, falhei em não manter contato com as minhas poucas amizades da época da graduação, do colégio. Desapontei Diana, que talvez tenha sido a única pessoa a ter me amado de verdade. Não sei o que fiz para ser motivo de chacota entre o grupinho do Bruno. Falhei, falhei. Até tenho em quem confiar, mas nenhum deles está aqui perto. O que me resta agora é esse doutorado que só vai resultar numa tese que vai ficar juntando poeira na estante da biblioteca.

Com a diferença que não há nenhum harpista Kevin para me acordar desse sono mórbido.

Foi daí que eu percebi que eu preciso definitivamente arranjar amizades novas. Mas isso fica pra próxima.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Assassino

Comecei a fazer psicoterapia. Não sei se é a etapa em que "estamos" ainda, mas sinceramente, eu ainda prefiro esse meu canto aqui. Sim, sim, eu entendo, a ideia é a mesma: ter um canto na minha agenda pra falar sem medo de ser julgado, sem medo da opinião dos outros.

Se eu tenho total confiança nisso? Não ainda. Por exemplo, ainda fico constrangido quando há silêncio. Incomoda, igual ao silêncio no elevador. Daí eu solto qualquer coisa aleatória que está na cabeça. Aqui eu tenho toda uma edição de texto por trás, toda uma necessidade de coerência textual, que acaba me ajudando mais que essa conversa que, no fundo, acaba sendo um pouquinho forçada.

E inevitavelmente falo das pessoas ao meu redor. Falo do que acontece na minha família, falo de histórias que acontecem durante a semana, nos finais de semana...

Aliás, meus finais de semana tem sido meio agitados lately.

Primeiro deles foi para comemorar minha defesa. Por uma quantidade enorme de fatores, quais sejam: amizade, cumplicidade, respeito... convidei a Diana. Vários motivos, sim; exceto um: meramente obrigação.

Sim, ela já voltou do doutorado-sanduíche (meio curto, aliás).

Aliás, deixa eu contar outra antes dessa história da minha defesa.

Logo que ela voltou, era perto do meu aniversário. Estávamos no departamento, cada um no seu laboratório, quando ela me chamou no chat.

"Trouxe um presente pra você."
"Presente?"
"É, seu aniversário."
"Imagina, não precisava ter se preocupado! Está aí com você?".
"Não, não, está em casa".

Abriu-se-me um buraco no peito. Mesmo que tenhamos conversado, ela está jogando sujo. Sei que ela ainda mexe comigo, mas eu preciso ser forte. Ela chama, eu vou. Ela esperneia, eu consolo. Ela joga baixo e eu... aceito?

E eu, eu fico onde?

Não poderia recusar o presente sem nem ao menos saber do que se trata. E é justamente por ela saber disso [que eu penso demais em não ofender as pessoas] é que ela joga sujo!

"Err... quando posso ir buscar?". Combinamos um horário e fui.

A casa dela é uma kitchenette, na verdade. Não tem sala, e o único lugar para sentar que não fosse a mesa da cozinha era a cama ou a mesa do computador, impedida pela cama. Ou seja, mais um golpe baixo, dessa vez fengshuístico. Percebendo meu embaraço, ela pegou a cadeira do computador e se sentou na cama, do lado da cadeira.

Como foi lá? Passou muito frio? Nossa, muito, tinha dias que quase não dava pra sair de casa. Como é lá? As pessoas, os lugares? O povo é meio esquisito, meio "sem-educação", atendem meio esquisito. Blablablá.

Eis o presente: uma carteira de couro da Calvin Klein (!!), um chaveiro com gravações do Coliseu e da a Basílica de São Pedro, no Vaticano (sim, ela viajou para a Itália também, pelo jeito); e uma barra de chocolate importado. Encabulado, não poderia deixar de reconhecer que ela fez um esforço - financeiro, inclusive - com os presentes. No plural.

"Estava com saudades."

Pronto, era isso que ela veio me falar. Estava com saudades, tira essa bermuda que eu quero você sério. Mas já estamos conversados, por favor, não se machuque desse jeito...

Depois de alguma conversa e esquivadas de beijos e abraços meio pra-frente, eu disse que precisava ir, pois tinha que acordar cedo no outro dia.

Sei que você não esperava isso de mim, mas achei que estávamos conversados.
Não, imagina! Não esperava nada.


Aham, e eu nasci ontem. Fui embora, sabendo que poderia ter largado alguém dando socos num travesseiro.

Nunca a letra da música "Unfaithful", da Rihanna fez tanto sentido pra mim como na hora em que manobrei o carro para voltar pra casa. Não quero fazer isso mais, não quero ser o motivo! Toda vez que eu passo na porta dela, eu a vejo morrendo um pouco por dentro. Eu não a quero machucar mais, eu não quero tirar a vida dela. Eu não quero ser um assassino.

Sim, eu sei da minha capacidade de fugir do assunto. Vou tentar falar da psicoterapia depois.