domingo, 12 de dezembro de 2010

Promessa de fim de ano para o fim do ano

Não, de novo, eu fui um belo de um covarde e não procurei ajuda. Vivi vários dias de apatia e riso forçado.

Pensei: só vou me sentir feliz de novo logo após apresentar o seminário da proposta do mestrado. Pois é uma das poucas atividades que faço por prazer. Montei apresentação, escrevi monografia, e tudo. Mergulhei de cabeça, sem olhar pros lados. Encabrestado.

Eu precisava terminar de tratar uns dados antes de eu apresentar o seminário e, por isso, eu estava no laboratório. De repente, chegam duas pessoas ao laboratório onde trabalho. Duas pessoas completamente estranhas ao laboratório, mas não a mim: Mateus e Alice.

Eles me explicaram o motivo de tão inusitada visita: Mateus me indicara a ela para que eu a ajudasse em um trabalho. Nada muito complexo, mas como o inner fire estava meio apagado ultimamente, resolvi ajudar até mais do que deveria. Indiquei referências, mandei trabalhos parecidos prontos, e tudo mais.

"Ai, Gringo, você não existe!"

Outro dia, eu a encontrei no ônibus, justamente no dia da apresentação da minha proposta do mestrado. Praticamente um sinal divino, eu diria. Conversamos aleatoriedades, non plus. Mas eu estava edgy para convidar, como não quer nada, para gastar um cupom para um jantar em um restaurante japonês que eu havia comprado naquela semana. Não o fiz.

Eu estava prometendo a mim mesmo que eu gastaria esse cupom antes de eu ir embora pra minha cidade para as festas de fim de ano. Até que eu arranjei coragem. E, por acaso, acabei de visitar a página da Alice no Orkut.
Espiada básica no perfil dela e vejo que ela entrou em uma comunidade de caronas entre São Carlos e Piracicaba. Mas ela me disse que tinha desistido de procurar estágio outro dia! Como? Ah, às vezes, nesses montes de viagens, ela teve que ir pra lá alguma vez.



Shock.
Relacionamento: namorando.

"eeee morreeee to felizzzz de estar aki em sanca com vc....um bjaummmm linda amo vc...."

Tá, acho que descobri quem é a pessoa. Espiada básica número 2 e descubro que ele é um pouco religioso, libriano, torcedor do Santos, biólogo (ou pelo menos estuda pra tal), participa da comunidade do "MSN Messenger São Carlos" [não me diga que eles se conheceram por lá, s'il vous plâit ! Que... bizarro! Ufa, pelo menos ela não participa da comunidade!]

Piracicabano.

Oh. Isso explica alguma coisa.

Descobri isso de uma maneira tão inconsciente, insana, feroz! que nem sei como que eu consegui escrever tudo isso até agora. Um misto de raiva, tristeza, um não-sei-o-quê me dominou de uma forma! Uma ânsia por tudo que beira à psicopatia.
Não, pare com isso! Deseje-a felicidade. Afinal, parece que toda aquela história de teatro foi a maneira pra esquecer do ex. Ela agora parece estar se sentindo amada truly.

Mas e eu, meu Deus? Até quando eu vou ficar nessa apatia, nessa solidão? Nessa querência, nesse wish to love someone?
A questão toda não é a Alice estar namorando, mas sim eu estar, num sábado à noite, ventos e trovoadas lá fora e eu sozinho em casa, ouvindo música fossa. Como em vários outras noites de sábado. A única companhia minha neste exato momento são duas velas,





Já sei.

Eu prometi que iria gastar o cupom, não é? Não disse com quem...