segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Churrasco com barraco

Sábado passado foi o último churrasco organizado pela comissão de formatura. Letícia (é a mesma deste dia), também remoída pelos ataques à comissão, estava disposta ao contra-ataque. Não que eu achasse certo; conforme eu disse, qualquer sugestão válida que a turma nos der é bem-vinda, desde que feita com respeito. Mesmo que não tenha sido de forma respeitosa, não justifica um contra-ataque "à altura".
Enfim, todo o tempo ela e seus amigos lançavam indiretas relacionadas ao tal do terno do Carlos, ou sobre um fato isolado que ocorreu com um amigo dele, o Bruno*.
Bruno tem um estilo um tanto... diferente, digamos. Adepto das calças skinny, meio rocker. Pior é que ele manda ajustar as calças skinny para ficarem ainda mais justas. Eu particularmente não usaria nem acho bonito nele, por ressaltar ainda mais sua magreza de adolescente espichado.
Enfim, há uns dias, Bruno também lançou um ataque totalmente desnecessário à comissão há alguns dias, em resposta a uma leve bronca. Tudo bem que Maíra*, a presidente da nossa comissão de formatura, poderia ter escrito de uma forma um pouco mais branda, mas não foi nada tão grave a ponto de merecer o que Bruno escrevera.

Alguns dias depois, Letícia e Bruno se cruzaram por acaso no shopping daqui de São Carlos:
- Oi Bruno, tudo bem? Veio gastar no shopping, então? - totalmente casual, Letícia tentou puxar assunto, mesmo já estando remoída com os emails da turma contra a comissão.
- Pois é. Acabei de gastar R$ 700 em roupa - respondeu.
Por que motivo ele teria que mostrar que gastou uma fortuna em roupas? E como Letícia não é de levar desaforo pra casa:
- Ah, é? R$ 700 em calça apertada?

Em homenagem ao Bruno.

Voltando ao churrasco: Letícia - ou melhor, o álcool em suas veias - não parava de gritar injúrias indiretas aos dois, Carlos e Bruno. Os dois, claro, já ficaram de cara amarrada, devolvendo as ofensas ao falarem pelas costas. Porém, não a ela, mas sim à comissão: reclamando que o churrasco estava uma merda, organizado por uma comissão de merda.
Detalhe: as únicas pessoas a reclamarem do churrasco foram Carlos, Bruno e companhia, o que não totalizava sete pessoas, das mais de 100 presentes.

- Podem me expulsar da comissão se vocês quiserem, mas eu vou lá tirar satisfação com aqueles dois ridículos! Podem me chamar de barraqueira, mas eu não tenho sangue de barata! - esgoelava Letícia, aos prantos, para algumas pessoas das comissões.
- Não, Lê, calma que a gente vai conversar - disse Luís, também meio high.
Eles me chamaram também. Eu disse que não iria, e ponto; sem me justificar. Claro que não foi impensado: primeiro, eu sempre fui do tipo de não querer comprar briga. Segundo, era visível que todos estavam ébrios, fora de suas razões. Terceiro, apesar de tudo o que eu tenho passado com Carlos, eu ainda divido apartamento com ele, e eu sei que Carlos não vai saber separar as coisas, como eu pude perceber pelo que ele disse sobre o churrasco havia poucos instantes. Quarto, quem caçou a briga foi a própria Letícia, ela que suporte as consequências.

Covardia e egoísmo da minha parte? Talvez seja, mas não vou defender nenhum dos lados, pois os dois estão errados: Letícia não tinha necessidade alguma de querer brigar com eles - ela própria armou a guerra que estava por vir. Já Carlos não soube separar o que é opinião de Letícia da opinião da comissão.

E saiu o motim, escudando Letícia: Flávio, Luís e Maíra, em marcha, partiram para o contra-ataque que há tanto os afligiam. Até Priscila se interpôs, em defesa de Carlos.
- Sai daqui, senão eu meto a mão na sua cara - ameaçou Letícia.
Submissa que é, Priscila obedeceu e ficou resmungando aos cantos, como uma velha covarde e rabugenta.

Depois disso, não sei de muitas informações; só alguns fatos isolados:
1) Soube da própria Priscila que Flávio até pediu desculpas a Carlos e a ela, pelas atitudes de Letícia, o que me impressionou bastante, levando em conta o que conheço de Flávio. Só vasculhar o que eu escrevi sobre ele até agora aqui e aqui.
No final das contas, Priscila disse que "ainda bem que você, Gringo, está nessa comissão. Mas você não merecia estar passando por isso". É, Pri, pelo menos você reconhece, ao contrário do seu namorado e de grande parte da turma.

2) Luís ainda continuou a resistência, mesmo que a situação já estivesse mais ou menos resolvida. Depois, Priscila, que não o conhecia ainda, me perguntou algumas informações sobre Luís: nome, de que comissão era, etc. Fiquei um pouco temeroso, a princípio, mas não achei que faria algum mal a ele se eu a respondesse.

A cereja do bolo é que vamos nos reunir amanhã, para decidirmos toda aquela história do tuxedo. Com que cara a comissão vamos argumentar com a turma, dizendo que nós realmente levantamos a reivindicação da turma às outras comissões, depois de Letícia e Maíra terem feito tudo isso? Por mais que seja verdade, não teremos credibilidade alguma.

Podem anotar, amanhã eu vou ter uma nova crise de hipotensão, assim como tive em outro arranca-rabo com a comissão.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Showing their claws

Conforme já disse em outros dias, sou membro da comissão de formatura. E uma das últimas decisões foi sobre o dresscode da formatura.
Aqui, diferentemente do que estou acostumado a ver por aí, são dois dia de festa phynna: um jantar, mais pra família; e um baile de gala, quando normalmente é feita a valsa. Nossa comissão resolveu fazer algo diferente, mas que faz todo o sentido: se o jantar é mais para familiares, menos "festa" e se eles é que seriam interessados em ver a valsa, porque fazê-la no baile? Daí, resolvemos mudar: valsa no jantar.
Isso gerou um pequeno problema: baile de gala pede um traje... de gala (duh)! Portanto, tuxedo para os homens. Mas a valsa com certeza ficaria mais bonita se todos estivessem de tuxedo também, não é?

Beaucoup plus chic, ne c'est pas?

Foi feita uma discussão longa sobre isso. Os principais argumentos foram:
1) O tuxedo identifica o formando na formatura.
2) Decidir por ele nos dois dias é tirar a liberdade de escolha dos formandos.
3) Os homens vão é gostar de ter o dresscode determinado para os dois dias - tuxedo -, já que vai facilitar a escolha do traje. Preocupação a menos.

Meu voto foi contra o tuxedo os dois dias. O único voto. Mas acabei considerando uma boa escolha, no final das contas. Votei contra principalmente por causa do argumento 2, apesar de eu, particularmente, não achar ruim caso eu não fosse da comissão.
Comunicamos à turma sobre a decisão. Já sabendo do fato antes mesmo de ter sido comunicado à turma, Carlos* já conversara comigo sobre isso. Eu lhe disse que infelizmente não poderia tomar partido da sua opinião, mesmo concordando, pois estou representando a turma toda, não só a opinião dele e a minha. Também disse que ele tentasse conversar com a turma, e que levaríamos a discussão novamente com as outras comissões, para reconsiderarmos a proposta.
Ele mandou isso pro egroup da turma (ipsis litteris, com a formatação inclusive):

Estive conversando com amigos durante esses últimos dias a respeito da "obrigatoriedade" da utilização de smoking nos dois dias da formatura.

Achamos totalmente injusto essa decisão ter sido tomada sem consulta dos formados, nenhum de nós (homens) vamos gostar de utilizar a mesma roupa nos dois dias (mudando apenas a cor da faixa, gravata e camisa, ainda sendo camisa branca nos dois dias).

Vamos aos fatos:
Sim, eu sei que smoking é um traje mais formal, elegante, MAS, duvido que uma empresa que irá alugar cerca de 120 smokings e, que realiza isso todos os anos, terá em suas mãos roupas de primeira qualidade (quem sabe de terceira).
Só o fato de não podermos ver o smoking antes da formatura já seria ruim para um dia, ainda mais dois!!! E não confio nem um pouco nas medidas "quadradas" que a "costureira" tirou no dia das fotos, anotando apenas tamanho da cintura, e comprimento da manga e e comprimento do smoking, eu sou chato: SOU, a formatura tb é minha e eu quero o melhor para mim, mandei fazer um terno (para formatura) e fiquei o dia inteiro sendo medido em "n" outras dimensões...
Não acho que as meninas tem direito de opinar nesta decisão, já que ninguém está obrigando nenhuma ir com vestido igual nos dois dias, e ainda igual a todos outras "meninas" formandas,
Sobre ficar "diferente" dos demais na festa (convidados etc...): a festa é dos formandos, cada um estará com seus amigos/familiares e afins, para essas pessoas, todos sabem quem é formando, não importa se o tio de "funalo" vai saber se eu sou formando,
E se eu sujar o smoking no dia do jantar?

Não estou querendo parecer arrogante nem nada do gênero, estou mostrando apenas o interesse que um grupo de pessoas demonstrou, espero que possamos conversar e arrumar uma solução para esse "problema".

Espero uma resposta, e proponho marcar uma reunião para discussão do assunto.

Primeiro, é claro que o traje não é de primeira qualidade. São cerca de 50 (e não 120, já que mal somos 100 formandos no total), iguais.

Você não estava esperando o terno de dois bilhões de dólares, estava?

Segundo, medidas "quadradas" que a "costureira" (aspas malditas!) são só para dois dias, conforme você próprio disse.
Terceiro, a comissão também quer o melhor para a turma; ninguém aqui é egoísta o suficiente para querer benefício próprio em detrimento de má qualidade da nossa própria formatura. E eu sei que esse terno não foi para a formatura. Não precisa mentir pra mim, ok?
Quarto, é claro que as meninas têm direito de votar sobre isso. Só porque elas não vão usar o tuxedo, elas não tem direito de voto? Aliás, feel free para opinar sobre os vestidos delas. Longo pro baile ou pode longuete?
Quinto, o que quisemos dizer com identificar os formandos é uma questão de formalidade, além de facilitar o trabalho para os fotógrafos. Tudo bem que não é, a princípio, grande coisa para os formandos, mas isso irá trazer consequências drásticas para a qualidade do álbum.
Sexto, já nos antecipamos sobre a possibilidade de sujar o traje e propusemos à empresa o aluguel de mais uma camisa e jogo de faixa e bowtie para o outro dia. Um tuxedo completo por dia encareceria muito, sendo que é só uma questão de ter cuidado. Além disso, duvido muito que após a meia-noite alguém estará com o paletó, a faixa e a bowtie.
E last, but not least, desculpe, Carlos, você foi arrogante, sim; assim como tem sido desrespeitoso comigo ultimamente.

Mas engula tudo o que tem se passado dentro de casa, Gringo. Não leve uma discussão pessoal para o nível da comissão de formatura. Roupa suja se lava em casa.

O mais irônico foi ver pessoas que nunca participaram das discussões da comissão de formatura de repente surgirem de suas tocas e apoiarem a causa. Se eles combinaram? Imagina. Outra coisa que me entristece não é a discussão em si - super válido, aliás, afinal a formatura também é deles -, mas o fato de as pessoas armarem estratégias de ataque contra a comissão, como se quiséssemos fazer a pior formatura possível para a turma.


Acho que Carlos deve ter se sentido assim quando viu que seu esquema estava funcionando.

Enfim, questionamos as outras turmas sobre o ocorrido, levantando a hipótese de voltarmos atrás na discussão. Dissemos que estivera havendo uma discussão no grupo de emails na turma, e que estavam propondo que se liberasse o terno no dia do baile, levantando todos os argumentos que estão nesse email, com exceção da petulância da mensagem.
Elas foram irredutíveis: não houve qualquer reclamação sobre o dresscode, e como sempre votamos por pessoas na reunião (e por acaso as comissões estavam completas), perdemos a votação.
Para levarmos essa decisão de volta para a nossa turma, convocamos uma reunião. Nosso approach para a reunião será decidido logo antes, mas resumidamente será mostrar que foi uma questão debatida por todos, mas que infelizmente não conseguimos levar adiante a reivindicação. Não foi por negligência, mas sim por direito de opinião por todos os membros da comissão, assim como todas as outras decisões que já foram tomadas.

A situação em si dentro da comissão está resolvida. Mas mais uma vez o Carlos e seus amigos mostram suas garras. Como é que eu pude ser tão cego?