terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sempre tem um... FDP

Acabei de chegar de uma soirée num botequinho perto de casa. Fomos o Carlos*, o Sidnei* (são os mesmos desse dia), dentre outros common acquaintances. E, todos um pouco high (menos eu, já que a dona Amoxicilina não me permitiu), começaram a lembrar os anos da faculdade.

- Eu inda vou inventar uma máquina do tempo e voltar pro primeiro ano de faculdade! - Carlos disse.
- Ah, eu acho que eu voltaria... sei lá, pra quarta série - contrapôs Sidnei.
- Ô louco, quarta série? Daí não!
E ficou nisso. Eu já estava começando a ficar shattered inside, porque tudo o que eles falavam tinha alguma coisa a ver com sexo ou drogas - eles até hoje não se conformam por possivelmente sair da faculdade sem ter experimentado nenhum tipo de droga. Que coisa, não?
E eu, calado, quieto. Primeiro, pelo motivo que vocês estão carecas de saber. Segundo, porque tudo o que eles conversavam era sobre coisas para as quais eu não fui nem ao menos convidado.

Até que Carlos (só pra lembrar, é o que divide apartamento comigo) me solta essa:
- Vamos fazer mestrado? Só pra poder aproveitar mais um tempo na faculdade!

Minha vontade era de levantar da mesa sutilmente, deixar o dinheiro que pagaria a minha parte e, também de forma bem sutil, dar um soco na cara dele, e espancá-lo to his death. É óbvio que eu só estou fazendo mestrado porque quero aproveitar mais um tempo na faculdade, não é mesmo?

É incrível como Carlos* não mede nem um pouco o que vai dizer, sabe? E o pior de tudo é que ele acha isso uma qualidade e tanto nele - "se eu não gosto de tal pessoa, eu deixo isso bem claro", diz ele.
Sinceridade machuca. E é assim que eu descubro o monstro com quem dividi apartamento por três anos.

domingo, 22 de agosto de 2010

Rehab

Recontando parte da história do post passado: de volta a Avalon, Morgana redescobre o mundo atrás das brumas, e tenta reerguê-lo ao retomar o cargo a que sempre se destinou - a Senhora do Lago. Para os que leram As brumas de Avalon, sabe do final, mas não é isso que vem ao caso.
Retomei a viagem para a terra que se oculta nas brumas. Longa, árdua, mas recompensadora.

Claro, já passou, não está doendo mais.
Olhando para trás, hoje eu dou risada. Primeiro, porque realmente a irmã da Alice* realmente estava encerrando o semestre naquele dia do convite-arapuca (pois é sua anta!). Segundo, eu meio que percebi que não ia dar certo: uma pessoa toda cheia de querer fazer social, trabalhando como freelancer, e tudo mais... nada contra a profissão, s'il vous plaît ! Eu só não suporto fazer social.
Talvez seja por isso que me têm como chato! Só sou caseiro, tá?

Sometimes I go out, though. Começo desse mês eu fui numa baladinha que tocou samba rock live. Queria ter ido pra dançar, mas nenhuma das minhas companhias ou o espaço disponível colaboraram.
Enfim, nesse dia, eu perdi do pessoal, e fiquei andando pra procurar todo mundo. Até que eu ouvi algum comentário enquanto eu passava, de uma roda. Não entendi bem, só sei que eram duas mulheres conversando alguma coisa sur moi. Pra fazer graça, eu fiz menção de voltar.
- Ó, vai que ele tá voltando!
E senti uma mão nas costas.

Ui.
Apesar de o ego estar lá em cima, eu estava mentally stuttering. Daí nem puxei assunto. O que eu ia conversar mesmo? Tipo, "Oi", et non plus ? Tá, talvez eu pudesse convidar pra dançar, mas não estava tocando samba ainda. Que coisa!

Virei e e sorri. Tentei achar os olhos acima da blusa vermelha e por entre o cabelo loiro. Não achei; muita gente em volta.

Tudo bem.

Como assim, "tudo bem"?
É, bem isso. Estou feliz do jeito que estou, só o fato de ter atraído dois olhares um olhar me bastou naquela noite. Primeira etapa do rehab, done.

Calma, calma. Já juntei os cacos, agora é entender como deveria ser o vaso.