domingo, 31 de julho de 2011

Dose

Ontem, na festa da Tânia, eu não conhecia quase ninguém. Não restaria muitas opções à exceção de ser o casal que se isola de todos. Só o fato de eu ter aceitado o convite (meio a contragosto, já que eu previra esse isolamento) já era um sinal.
Dessa vez, eu propus que fôssemos elsewhere more private. Saímos à francesa. Fomos de novo chez elle, dessa vez with protection.
Não vou descrever mais detalhes porque esse é um blog de família. E também porque o ansioso aqui failed five times in a row.

Entre a primeira e a segunda, eu a perguntei se queria ser my girl.
- Ainda vai aparecer uma menininha da sua idade... - respondeu.
- Desde quando eu era mais novo, eu nunca convivi com pessoas da minha idade. Por exemplo, eu vim muito cedo aqui pra São Carlos, mal tinha 17 anos. Não consigo conviver com gente mais nova... Quer prova maior do que isso aqui? - e forcei hips against hips, fazendo-a sentir meu calor.


Você não respondeu a minha pergunta.


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Mesmo sabendo que ela tenha aproveitado a noite at least twice, eu não estava com uma cara muito satisfeita, por razões óbvias. Ou não. Claro, ela percebeu e tentou consolar. O mesmo blablablá que eu já estava imaginando. "acontece", "cê tá nervoso" e afins.

Deep inside eu não estava cabisbaixo por não ter aproveitado, mas sim com a consciência pesada de tê-la pedido. Conforme eu enfatizei tanto a ela: foi tudo rápido demais. E eu ainda vou e atropelo as coisas? Falei mal dos que agem impulsivamente não tem muito tempo e acabei de repetir o mesmo erro deles. É engraçado isso de a gente falar, teorizar; mas quando a coisa aperta, a gente mete os pés pelas mãos e queima a língua.

Agora, recebi uma mensagem dela, dizendo que "pensou melhor sobre o assunto e que queria conversar". Respondi falando a mesma coisa. Só que tem que ser pessoalmente, né? Ui, que medo. Não, não estou arrependido, se for isso que você está pensando. Não vou dormir, de tão curiosa. Nem eu.

Infelizmente eu não estou enxergando agora uma maneira feliz de isso acabar bem. Quando eu começar a falar que eu propus no calor do momento, e que - por enquanto - queria pensar melhor no assunto, nós dois vamos sair feridos. Não vou ser íntegro (por não manter minha palavra), mas é melhor assim do que um "eu aceito" seguido de uma relação marcada por não-afinidades. A gente não se conhece a esse ponto, eu não pensei na seriedade do assunto... não, não surgiu nenhuma "menininha da minha idade", conforme você me disse ontem. E também não é coisa de "quero aproveitar a vida", clássica desculpa de malandro que quer dar um tempo pra esbórnia. Também não estou com vergonha de nada do que tenha acontecido. Aliás, nunca estive tão feliz. O problema é que "a diferença entre remédio e veneno é a dose", e eu sinto que o remédio tá começando a dar alguns efeitos colaterais.

É engraçado como teve que ser assim, acontecer tanta coisa ao mesmo tempo! Staying with her, getting laid, breaking up. Tudo em menos de um mês.

Se vamos sofrer? Certamente. C'est la vie: bleue et blanche.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Já diria Montesquieu

Não consegui raciocinar de novo, logo depois do banho. Mas não de nervosismo, e sim de êxtase.

Tomamos café numa padaria perto da casa dela. Infelizmente eu tivera que ir embora porque tinha um experimento pra começar (pois é, num domingo!). Fazer o quê.

Enquanto preparava o material para começar o experimento, um mal-estar enorme. Sensação de culpa, não sei por quê. Bom, na verdade, sabia sim...
Quase passei mal no laboratório. Pior (ou melhor, não sei) é que eu estava sozinho - o departamento inteiro vazio. Começado o experimento, voltei pra casa e imediatamente peguei o celular.

- Sabe, Di, eu tô um pouquinho preocupado.
- Por quê?
- Ah, cê sabe...
- Imagina, eu me previno! Não quero filho agora de jeito nenhum! Se eu não tivesse tomando pílula, eu certamente não teria feito nada disso... não se preocupe.
- É, realmente, foi um risco. Mas foi um risco que valeu a pena...
Risinhos dos dois lados.
- Foi arriscado, mas da próxima vez, venha preparado! - disse, em tom de brincadeira com fundinho de verdade.
Próxima vez? Tá bom, então.

Enquanto o experimento que eu começara no domingo acontecia, fiquei revisando artigos, mas com a cabeça longe, longe! Eu "lia" sobre controle de processos de secagem, mas nem os meus pensamentos estavam controláveis. Foco, meu fi'!

Finalzinho da tarde, estávamos o pessoal do laboratório, o Bruno* e eu jogando conversa fora:
- Porque esse aí ama! - disse Bruno*, apontando-me com o queixo.
Gargalhadas a mil.
- E então? Você tem tido contato com ela? - Alê me perguntou.
Só pra fazer graça, deixei o silêncio sepulcral falar por mim por dois segundos. Parada dramática. Contato? Até demais, diria eu. Minha resposta de verdade?
- Uai... - e uma coçadinha na nuca.
Novo estouro de gargalhadas.
- Como assim, "uai"?! Quer dizer então... vocês têm conversado?
- É... 

Vogais são comigo mesmo.

Cheguei em casa, e resolvi dar uma ligadinha. Ops, mensagem às 10h da manhã?
"So queria te falar que gostei mt dessa noite e que pode ficar tranquilo qto ao que me falou agora. Bjim"

Apesar do fail e da pressa? Bom começo, champion!

- Passei em frente ao seu laboratório, mas estava tudo apagado. Você estava lá hoje cedo? - perguntei.
- Não, é que, como eu estou escrevendo, normalmente eu fico em outra sala, do outro lado do corredor.- esclareceu Di. - Fiquei preocupada, você não me respondeu a mensagem.
- Desculpa, só fui ver agora há pouco. Tudo bem, passou. - eu disse. - E então, como foi seu dia?

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A sala onde eu começo os experimentos é de frente à sala mencionada. Hoje cedo, quando eu fui pegar as amostras, passei em frente a sala dela e voltei, dando uma leve pescoçada para trás pra conferir se era aquela mesma. 

- Então é aqui que você fica.
- Entra, entra; pode entrar.

Di então me convidou pra uma festinha que a Tânia* estava organizando, em comemoração à defesa de mestrado dela. Olha só, no final das contas, pode ser que a mensagem seja de verdade mesmo.

No final das contas, eu tô sentindo que tá evoluindo. Quem sabe a gente não oficializa na festinha da Tânia?

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Mais tarde, no clássico intervalo do café da tarde no meu laboratório, alguém trouxe bombons. Justamente quais?
- Não, obrigado. - eu já havia comido umas frutas logo antes.
- "Serenata de amor". - leu Bruno* no embrulho dos bombons. - Se bem que cê nem precisa disso, né? Porque esse aí ama.
De novo? Sacre bleu!
Pior de tudo foi que eu contara, algumas horas antes, que eu havia sido convidado à tal festinha.
- Ah, mas vocês não estão sabendo da maior! - gritou Daniela*, a quem eu havia contado por acaso do convite. E ela revelou o fato.
- Vai veeeeeendo! - Alê, com mais um dos seus bordões...
- Investe na Di, ô! - sugeriu Daniela.

E mais e mais piadas a meu respeito, a nosso respeito.

De repente, Bruno* me solta uma bomba:
- Nada, nada ela deve ser quase 10 anos mais velha que ele. O quê, ele tem 21?
- Vinte e dois - respondi num tom sério e grave.
DEZ ANOS?! Eu sabia que ela era mais velha, mas eu estava chutando no máximo uns cinco.

Tá, dez anos também não é. Enfim, naquela hora, eu me lembrei de uma história antiga, que nem contei aqui. Sobre a Juliana, minha cunhada, já citada aqui no blog, por sinal. Ela é mais velha que meu irmão mais velho, que hoje tem 26 anos, mas namora o Gabriel, um dos gêmeos, 24. Ela deve ter lá seus 27, 28, não sei. Ouvi dela uma conversa assim:
- Se a gente não casar até eu ter uns 30 anos, eu termino!
E me ecoou na cabeça a ameaça da Juliana*, porém vinda de oooutra pessoa num futuro não muito próximo. Desanimei.

Poxa, eu tenho só vinte e dois anos! Por mais rápido que tudo isso tenha sido, não preciso me amarrar desse jeito agora!
Ô, japonês, abre o olho! Quem é que tá falando em casamento agora? Laissez faire, laissez passer, le monde va de lui même. Já diria Montesquieu.
Mas existe o risco.
E daí?! Por causa disso, então, cê só vai "conhecer" pessoas da sua idade? Além do mais, cê nunca conviveu com pessoas da sua idade, todas sempre foram no mínimo um ano mais velhas; o que, aliás, era um caso raríssimo, já que sempre eram mais de dois anos, na média.
Sim, sim, eu sei. Vou deixar o mundo ir por ele mesmo, então.


Liberdade ao mundo pra que eu talvez me prenda. Irônico, não?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Inocência [NSFW]

Conversa vai, conversa vem, e eu convidei a Diana pra ir a um barzinho daqui de São Carlos.

Eu estranhei, à primeira instância, que outras pessoas também foram com ela. Não que eu tivesse esclarecido que era um rendez-vous, mas essa sim era uma ótima maneira de "se defender" de mim. De qualquer forma, não agi como se fôssemos un couple. Nem ao menos a beijei quando eu cheguei à mesa.
Frieza demais? Talvez. Mas o fato de não sermos só nós dois foi um pouco... chocante pra mim. Não que eu esteja digging on her that much.

- Senta aqui do lado da Diana - dizia Tânia*, melhor amiga dela.
Todos trocaram de lugar por causa disso.

Certamente, pela conversa na mesa, eu acho que fui tachado de nerd. Mas os assuntos surgiam, eu dava pitaco, fazer o quê? Uma mesa só com pós-graduandos em áreas parecidas... não tinha como não conversarmos sobre nossas rotinas. Da mesma forma, por mais que colegas de trabalho que saiam pra um happy hour não queiram que assuntos do trabalho surjam, eles insistem em dar as caras.

Resolvemos ficar mais perto da banda que estava tocando. Em pé, passei o braço pela cintura dela. Olhos no olhos...

Longest kiss ever. Não que eu tenha lá vasta experiência no assunto, mas começar a ficar turned on já mostra a intensidade da coisa. Eu a puxava mais perto, para que ela me sentisse também. Minha forma de dizer "don't play with fire, or you'll burn yourself!".

That's a rocket on your pocket or you're just... happy to see me?

Um pouco mais tarde, as outras pessoas disseram que iam passar em outra balada.
- Tô um pouco cansado, Di. Eu acho que não vou. - eu disse.
- Faz assim então: - disse Tânia. - você tá de carro, né? Quem não vai? Daí eles vão com você e você leva a Di de volta pra casa...
- Tá, mas eu preciso buscar o carro. Vim a pé porque era muito perto.

Voltamos pra casa. Por um instante, me veio à cabeça a ideia de pegar a condom em uma caixinha do lado da cabeceira da cama, perto de onde eu sabia estar a chave do carro. Nem sei porque eu mantenho essa caixinha, nunca usei, afinal... será que hoje pode ser a estreia dela? Ah, larga de ser pretensioso! Tem nada a ver.
Daí o tapado largou a caixinha como estava. Intacta.
Na porta da casa dela, uma "despedida" longuíssima. Em meio a respirações arfantes no carro...
- Quer subir?
- Posso? - perguntei, num meio riso, num meio beijo, meio arfante.

Senti uma mão querendo conferir onde antes estava o rocket on the pocket.
Acho que isso era um sim.

Olhando pra trás, eu aticei e todo mundo estava indiretamente conspirando: a mudança de lugares, a Tânia me empurrando a Di para que eu desse carona... Mas pergunta se o tapado aqui pensou nisso antes! Olha a inocência da pessoa! Cadê a pretensão? Cadê a proteção?

Minha cabeça latejava, feliz e tensa. Mãos geladas, eu tremia de... frio? Também.

Almost naked, e meio que já prevendo o que estava por acontecer, uma revelação estava entalada na minha garganta.
- Preciso te contar uma coisa.
- Conte.
- First time. - Sim, eu disse assim mesmo, não é vício de anglicismo típico dos textos que escrevo.

Sussuros, puxões de cabelo, carícias. E nada de turning on da minha parte. Pelo menos eu preciso garantir o dela!
Desci. Tirei o embrulho do presente bem vagarosamente, com a boca. Mordidas de leve nearby, sentia o quadril dela subindo, pedindo. Eu ria internamente, irônico: calma, que pressa é essa?

Por quê?! O tempo todo você esperava por esse dia e agora isso?!
- Relaxa - sussurava-me vagarosamente ao pé do ouvido.

Desistimos.
- Desculpa. Mas é o que eu te disse, tô nervoso...
- Tudo bem eu entendo. Você tá cansado da viagem, também. - consolou.

Ela ficou aconchegada no meu peito, como se contemplássemos o céu. Eu pensei que se eu me expusesse um pouco mais, talvez a adrenalina baixava um pouco. Algo parecido com que eu faço escrevendo aqui.
- Preciso te contar outra coisa. Aquele dia... também foi meu primeiro beijo.
- Sério? Mas você estava todo saidinho...
- "Saidinho"?
- É!
- ... É um pouco difícil pra mim, sabe?
- Mas com certeza não devem ter faltado meninas...
Respondi rindo. Tentando levantar meu ego e something else... entendi.

- Tá vendo, não tem nada de difícil...

Não consegui dormir. O sobe-e-desce do meu peito a acalentaram num sono leve.

Pouco mais tarde, alguns barulhos na rua a despertaram. Ela se remexeu um pouco.
Procurei sua boca. Beijei-a longa e levemente - já que foi assim no bar, why not try again?

Deu certo. Tá aí, é um jeito legal de eu me conhecer, também.

Agora sim.

Pena que fui rápido demais. Acho que, no final, eu ainda estou um pouco nervoso.

- Tá vendo, era só você relaxar...
Respondi num riso grave e baixo permeado de beijos na nuca.

Logo logo eu já estava turned on de novo. Dessa vez, mais intenso. Mudando de posições, de frequência, de intensidade... nosso suor nos ligava, we sway like branches on a storm.

Caí, prostrado, esgotado. As maçãs do rosto, porém, me tremiam de tão contraídas num sorriso abobalhado.

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- Vamos tomar um banho? - ela convidou.
Nenhum chuveiro elétrico conseguiria me aquecer - meu corpo estava quente demais pra isso. Sentir o chuvisco nos cabelos, aquele corpo pequeno perto do meu... Instintivamente, peguei-a pelas coxas, suas pernas me enlaçando nas costas. Tentei start over again. Sem sucesso, mas sem neuras.

Três é demais.

domingo, 10 de julho de 2011

Nada de mais...?

Foi aniversário de 25 anos do Bruno* outro dia aí. Ele conseguiu umas cortesias de uma balada aqui em São Carlos. Não tenho lá tanta amizade com ele, mas não tinha motivo pra não ir. Já tava meio nhé porque fiquei no laboratório até mais tarde, mas de cavalo dado não se olham os dentes, n'é verdade?
Procês terem noção do meu ânimo, eu passei antes na farmácia e comprei cápsulas de pó de guaraná. Senão eu ia ser o chato da vez, querendo ir embora. Já parti pra ignorância e tomei logo duas.

Chegando lá, só eletrônica. Tá, eu sabia que ia tocar samba e pagode (!), mas já tava enjoando o tum-ts-tum all night long.

Meio alterado pela junção cinco long necks + duas cápsulas de pó de guaraná, mas não estava sem noção ou amnesiado. Estava fazendo nada de mais, mas eis que ela surge. Nem sabia quem era, nunca tinha visto, mas era convidada do Bruno. Não trocamos a single word, só estávamos dançando, non plus. Ela não estava se aproximando slutty way, mas estava way too close. Só pra fazer graça, eu dei um puxãozinho mais fierce, looking at her lips.

Minhas costas arrebatadas na parede, newt feelings. Mãos dela nos meus ombros. The heat of her breath on my face...


São Carlos, nove de julho de 2011. Aos vinte e dois anos.


Deixei que ela "guiasse", por razões meio óbvias. Nem por isso me mantive à deriva, par contre.


O mais bizarro de tudo foi nem ao menos saber o nome dela. Horas de amasso e mordiscadas (até fiquei com "medo" de ficar com a boca roxa), paramos até de dançar, cansados. E ficou aquele silêncio de elevador. Claro que falar de silêncio em uma balada é bobagem, mas cês entenderam: aquele "silêncio" incômodo, pedindo pra ser quebrado.
- Sabe que eu tô achando uma coisa estranha?
- O quê?
- A gente mal trocou umas palavras! Não sei seu nome, por exemplo. - eu sei, depois desse tempão, era a coisa mais ridícula que eu poderia ter feito, mas era inevitável.
- Diana*. E o seu?
E continuou comme ça. Nomes, origens, e tal.

Depois de mais um desses silêncios perturbadores:
- Você faz engenharia química também? - olha só, no final das contas, ela é quem está puxando assunto...
- Sim, entrei no mestrado agora. Formei aqui também, então faz cinco anos e meio que estou em São Carlos.
- Hm. eu faço doutorado, eu tô no segundo ano.

Olha só como a gente inverte todas as coisas. Eu só fui conhecer-CONHECER a Diana depois de mais de duas horas avec elle. "Primeiro a gente foge, depois a gente vê"...?

A Alê estava lá. Bêbada é pouco. Lógico que ela não poderia deixar de me zoar um pouco, né? "Aeeee, pegando, hein?". Mal ela sabe que nem eu estou entendendo a situação.

Longa despedida, com direito a remember. Ela ia num carro com outras amigas dela, de carona, com sete pessoas num Celta. Acho que o carro ia explodir se alguém abrisse a porta depois. E eu, sozinho, num Fit... Não que eu a estivesse "comprando" com o carro - até porque ela nem sabia dele -, mas entre ficar num aperto daqueles e uma carona um pouco mais confortável - pelo menos fisicamente...
Ofereci.
- Pode deixar, eu vou com as minhas amigas. Elas moram perto de casa.
Eu só estou oferecendo uma carona! Não estou fazendo nenhuma proposta indecente. Se elas quiserem ir, no problem.


Depois, fui até a casa do André*, colega meu do mestrado, pra "terminar de beber as cervejas". Eu já tava meio cambaleando de sono, o guaraná tinha ido embora. Mas fui. Eu quase virei assunto da roda.

- Não, peeeensa! Esse niver do Bruno só deu bafão! Agora vai ter que por na roda! - eu já estava grinning quando ela disse isso - Ela é lá do DEQ, né?
- É - respondi, ainda com um sorriso amarelo, recostando a cabeça ao sofá. Stop this, please!
- Ô, chama ela pra vir pra cá! - sugeriu André. - Liga lá pra ela.
Eu não tenho o telefone dela! Pensei em dizer, mas preferi não comentar o fato. Até porque deu pra perceber que eles dois queriam um momento seuls, e eu e mais uma amiga da Alê sobrando.
Não peguei número de telefone. Só sabia que ela também é pós-graduanda no mesmo departamento que eu, que tem um nome diferente (por razões óbvias, usei um pseudônimo que ilustrasse isso) e que foi numa mesma festa que eu antes dessa balada. Tudo o que eu precisava pra achá-la no Facebook. Adicionei.

Eu sei que tô cortando a história bem no meio, mas that's all, folks, é o que eu tenho pra contar do que se passou. Mas aqui vão meus alguns insights sobre o ocorrido até o momento:

Primeiro, o fato per se. Tudo uma sequência de... acomodações, deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem? Eu não tô fazendo nada, você também. Tô por entender tudo isso ainda. Isso acaba levando à mesma conclusão do segundo insight:

Segundo, a recusa da carona. Tá, eu não estava boasting myself at any time, mas sabe quando a luzinha CAUTIONCAUTION acende? Então, na cabeça dela deve ter sido bem assim. Certeza que ela deve ter pensado mal de mim, mas o que eu posso fazer? Nada. Rien.
Bom, eu também senti o CAUTION: entre ficar naquele aperto e ir de carona, does that mean a one-night stand? Preferível ficar naquele aperto do que close to me? Então tá, we have a deal. Ou então era só questão de fazer de difícil (não que eu quisesse anything), ou seja, tem coisa aí...? Não sei.

Terceiro, a Alê me zoando. Desprezando sua ebriedade, eu já estava esperando algum comentário mais malicious, não necessariamente por parte dela, já que ninguém me viu with someone before. Mas não. Ainda bem, porque ia ser uma bela de uma saia justa! Por isso eu só respondia com um sorriso amarelo. Complicado demais pra querer justificar com uma direta "that's my first time, got it?" sem ser motivo de piada.

Quarto: quando no primeiro ano das disciplinas do mestrado, eu conheci o Joel*, que estava lá também e que é do mesmo grupo de pesquisa que a Diana. Escutei algo como "fura olho" nearby. O que me deu um pouco de nojo, actually - por eles serem colegas de laboratório. Sim, além de criticá-lo, eu vou fazer uma autocrítica também e, ao mesmo tempo, pagar minha dívida devida desde esse post: saber que aquele seu colega, no final das contas, tem second intentions, não faz pensar em traição, já que fica parecendo que todo esse companheirismo foi uma armação pra chegar nos finallies?
De fato, as mulheres têm razão quanto aos homens [que fazem isso] não prestarem. Isso é ambição! Não dá pra contentar com uma amizade boa, tem que arriscar. Por um acaso o blood flow down there te faz faltar oxigênio no cérebro?!


Deep inside não estava e nem estou tão extasiado assim, como dá pra perceber pelo que escrevi. Mas eu acho que é por aí mesmo, eu não tinha que estar aí subindo bem alto pra gritar, indo de escada pra elevar a dor. Não mesmo. A gente é sobrecarregado de historinhas cheias de mimimi, que a gente complica tudo. A gente quer história pra contar, e não uma vida fácil, sem graça, sem... passion. A gente quer tudo intenso, vibrante, vermelho. Mas a calma, a quietude azul também tem lá sua beleza, pourquoi pas?

Carpe diem? Não, sou mais laissez passer. E não, não é passividade. É não se perder em ilusões.