segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Revolução

Hoje, vai ser curto.

Fui à unidade na minha universidade que faz os atendimentos de que eu disse há uns tempos. Fiz a triagem.

Hoje, começa uma revolução.

sábado, 15 de outubro de 2011

Easy

Três pessoas com quem conversei falaram pra eu largar se ser mole, capacho, cachorrinho. Eu sei, eu sei! Mas essas coisas, por mais que os outros tentem avisar, não adianta, o cara não vai mudar fácil (né, Gabriel?). E ainda criticamos quem é tratado como um capacho  - e ressalto que estou confessando que fiz isso! Apontando o indicador, a gente precisa lembrar que tem três dedos apontando de volta pra gente.

Coisas da vida.

Por esse motivo é que eu acho que tem umas coisas por que todo homem deveria passar. Não porque eu ache que todo mundo tenha que ser igual, mas algumas experiências ensinam tanto e tão bem que eu não conheço nenhum substituto.
Uma delas é ser um pouquinho de capacho, sim. Pra dar aquela balançada nas prioridades, pra aprender a valorizar o material. Outra coisa importante é passar pela fase puta. Não pelo lado devasso da coisa, mas pra saber se adaptar a diferentes pessoas. Eu disse ADAPTAR e não moldar, ou seja, sem ter recaídas no capachismo, sem mudar a essência. Até ele chegar no ponto em que vai pensar como a vida bandida é, apesar de movimentada, vazia; e se motiva a mais uma chacoalhada. [gostei do "ritmo" dessa última frase!]

E até agora eu vivi tendo muitas facilidades, não só nesse aspecto. Por exemplo, no final do ano passado, eu falei que falei pros meus pais que eu não queria um carro, e eles acharam que eu tava fazendo cu doce. Mas não. Eu sabia que eu não conseguiria me manter aqui em São Carlos só com a bolsa de mestrado e ser uma pessoa motorizada ao mesmo tempo. Consequentemente, eles continuariam a me mandar dinheiro. Se eu não tivesse carro, daria tranquilamente (um pouco apertado, talvez) pra eu me manter aqui, e independência financeira pra mim seria um bom aprendizado.
Aliás, até o fato de eu fazer mestrado foi assim. Tá, eu já estava cogitando a possibilidade, mas era "carta na manga", e não prioridade. Se eu não conseguisse um estágio, eu me matricularia como aluno especial no mestrado. Pronto, fácil, simples; Tudo bem, eu aprendo a gostar da carreira acadêmica, eu me acostumo a ver meus colegas ganhando mais que o triplo do que eu ganho como pesquisador. Sem problemas. Pelo menos eu não fico desempregado.
Outro exemplo: eu vou ter três oportunidades para conseguir uma bolsa de doutorado: (1) via projeto escrito por mim, minha preferência, não só pelo valor maior da bolsa; (2) via projeto do meu orientador, onde não sou avaliado e é praticamente impossível eu não conseguir, visto que meu orientador é autoridade mundial no assunto, e (3) via programa de pós-graduação, em que vou concorrer com outros profissionais com CVs e históricos escolares de graduação e mestrado; e em que eu também tenho boas chances, já que consegui primeiro lugar na classificação de mestrado pelo mesmo método. Ou seja, sem bolsa de doutorado eu não fico.
[só mais uma atualização: acabei de receber um email do meu co-orientador, que resumida, mas não explicitamente diz que eu já vou ter outro aluno de IC pra co-orientar enquanto estiver no doutorado, ou seja, CV potencialmente mais recheado, tendo mais chances de passar em concursos públicos...]
Pra finalizar, a própria separação forçada entre mim e a Di dentro de menos de uma quinzena. Eu não vou precisar ter força pra destrancar a porta, como eu escrevi há uns dias, já que a carreira dela vai fazer com que fiquemos literalmente um oceano de distância. Eu não vou passar pelo capachismo forçado, ficando a lição do mesmo jeito - agradar é uma coisa, ser passivinho é outra. Sem sofrimento.

Resumindo tudo, minha vida foi fácil demais até agora. Eu poderia ter saído o pior dos mimados, grazadeus eu não sou. Mas uma coisa eu peço: deixem que a minha vida dê um pouco errada.

Cansei de jogar no easyEu quero um desafio de verdade.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Touché

Antes que cês me entendam mal, o que a gente está fazendo é vivendo um dia de cada vez, devagar e sempre. Se eu tenho a quase certeza de que isso não vai pra frente, paciência. C'est la vie - bleue e blanche. Não tem como eu saber se a gente não tentar, né? E mesmo que estejamos enganados se isso for amor mesmo, que tem de mais? Vamos nos impedir de descobrir pra quê?

Ontem, eu ganhei um presente de dia das crianças. Um kit de loção pós-barba e espuma para barbear, numa caixinha toda bonitinha.

Fiquei tão... tão, comovido, tão light-hearted que..., porque mesmo dos meus pais, padrinhos, seja-lá-quem-for, isso era raro. Não que eu goste desse mimimi todo, de ganhar presente de dia das crianças - por mais que nossa diferença de idade seja grande, isso não dá motivo de ela ficar falando txi gaxinha. Mas o presente me sensibilizou bastante. Eu é que estava guardando rancor. Ela é que deu o touché.

Mentalmente, pedi desculpas.

Um dia de cada vez. Até o dia de finados, ainda tem muito chão. Ao mesmo tempo, tão pouco...! Somos pacientes terminais, com data certa. Mas há que se acreditar em vida após a morte. Senão a vida perde a graça.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Superego

É óbvio que eu tô me sentindo o pior dos filhos da puta por estar fazendo isso comigo mesmo e com ela. Tem nem que pensar. Se me consola ao saber que na verdade eu estou devolvendo os "insultos" que ela tem feito, em chamando de ingrato, egoísta? Não, é obvio que não me consola.
Vai parecer uma analogia sem pé nem cabeça, mas eu não sou dos que jogam papel no chão pra dar emprego pro gari. Eu não sou dos que fazem coisa errada só porque os outros fazem. Porém, estou sendo obrigado a fazer esse tipo de coisa pra não fazer coisa pior ainda: falar umas verdades bem espinhentas e dolorosas.

Resista. Faltam só alguns dias.
Não é assim que tem que ser, eu a estou enganando!
A solução alternativa, você bem sabe qual é, seu covarde!
Vá você então falar, então, fortão!
De qualquer jeito, ela vai jogar a culpa em você, você bem viu o nível de rancor da pessoa. Dois dias sem dar sinal e você é um ingrato. Três, você é um frio e egoísta, que não liga pros sentimentos dos outros. Quatro, então, você merecer arder no fogo da Santa Inquisição. Tudo isso porque você fica aí, bancando o bonzinho. Palmas, palmas! Alvíssaras à santidade incompreendida. Faça-me o favor! Não perca seu tempo se remoendo desse jeito. Tá no inferno, abraça o capeta.
NÃO! Não tem que ser assim!
Claro, claro, como se o que você está fazendo agora fosse muito digna de congratulação.
Cale a boca!
Não se esqueça que, nessa sua levada fingir que tem alguma coisa aí, VOCÊ está se enganando também.
Quer me deixar pior do que já estou? Eu sei disso, porra! Me dá uma ideia melhor, então. Sem ser essa aí que você tá pensando e que já me falou.
...
Aí, tá vendo? Fica quieto aí e não me incomoda mais. E tenho dito!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

I surrender

Vou ficar temporariamente devendo o "Dordelícia" de que citei antes.

Numa outra conversa que não queria ter tido se não fosse pessoalmente, a Di acabou por me arrancar uma informação: eu estava a tratando "diferente" justamente pra que a gente se esfriasse e terminasse naturalmente, assim que ela fosse pra essa viagem. Eu, burro que sou, voltei a dar assistência.

Não liguei na sexta, nem no sábado. Não havia um motivo especial. Não me deu vontade, só isso. Daí eu recebo uma mensagem com o mesmo teor das anteriores, porém um pouco mais incisiva: "você está esperando eu ir pra Madri pra gente marcar algo? Não tenho idade pra esse tipo de atitude. Acho que esse é que é você mesmo, frio, seco e egoísta."

O sangue me subiu na cabeça. Now is the time. Independentemente do seu estado emocional, independentemente de viagem próxima, ela apelou. E vai me perder. Peguei o carro e dirigi com as pulsações ardendo nas têmporas, tão rápidas quanto as batidas da música eletrônica que coloquei pra tocar.

Assim que entramos, um abraço longo. As barragens já não resistiram à represa de lágrimas. It's over.

Houve toda uma discussão, toda uma briga. Descobri até que ponto pode ir o rancor de uma pessoa, a ponto de salvar histórico de navegação só pra esfregar na minha cara sobre o que foi dito e não dito.

"Você está é querendo poupar você mesmo!" [sobre eu falar que estava "diferente" pra não deixá-la triste quando for pra Madri]. Sim, ela me pegou de surpresa. Pode até ser que eu realmente esteja me poupando de sofrimento. Mas também não vejo problema algum nisso, de qualquer forma.

Como é que eu falo isso?

Ressaltei o tempo todo que não fiz nada por mal. Achamos melhor terminar mesmo. "Eu gosto de você, não se esqueça disso". E levantei, dirigindo-se pra porta. Já estava recuperado, respirando normalmente, adrenalina baixando...

Paralisei.

Depois de toda a briga, nenhum dos dois teve força pra destrancar a porta. Se nós, nas travessuras das noites eternas, já confundimos tanto nossas pernas! Diz com que pernas eu devo seguir.

I surrender.

Eu gosto da companhia dela, mas estou realmente desanimado com essa insistência. Ao mesmo tempo, fico receoso de dar patada, e simplesmente estamos juntos porque eu tenho piedade dela. Piedade porque eu sei que todo o prazer que a gente se proporciona é meramente físico. Piedade porque ela associa essa minha vontade de proporcionar prazer com paixão. Piedade porque ela acha que, dando um chá de b***** em mim, vai me conquistar. Piedade porque essa insistência é atitude de "menininhas da minha idade", conforme ela própria fala (isso se não for de mais novas), e não de mulheres que "não tem mais idade pra esse tipo de atitude".

Claro, vou lembrar de tudo o que se passou entre a gente com uma lembrança boa. Não é que a gente não deu certo. A gente deixou de dar certo. É bem diferente.

Não adianta, é muito complicado querer explicar isso. Eu vou sair como o cafa dessa história, de qualquer forma. Mesmo não tendo sido. É perda de tempo eu querer terminar pacificamente.

Quer saber de uma coisa? Desisto. Não que eu tivesse planejado isso, mas não vejo opção: vou devolver as ofensas num touché friamente calculado. Pouco a pouco, vamos ficar um oceano de distância um do outro. Literalmente. Meu primeiro passo:

- Eu te amo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Eu quero

Eu preciso de uma reviravolta na minha vida, urgentemente.

Quero começar o meu sonho de ser triatleta, quero recomeçar a aprender a tocar piano. Quero meu próprio apartamento - mesmo que alugado! -, decorado e equipado do meu jeito. Quero reinaugurar meu outro blog, a Cozinha de Engenheiro. Quero o Diplôme Approfondi de Langue Française. Quero o doutorado-sanduíche em 2013.

Quero tudo!

Quero o prazer da dor depois da maratona. Quero o prazer do musicista, aliviado depois de ter tocado sua música, perfeita, linda.

Se isso veio depois de conhecer o "sacrifício" até chegar ao prazer de dar prazer... talvez seja. Vou tentar exemplificar que dordelícia é essa no próximo texto, em que vou contar o que aconteceu nesse sábado.

Não, não tem nada a ver com ela.


sábado, 1 de outubro de 2011

Coisas que sei e não sei

Eu não sei por onde começar essa conversa. Eu só sei que me senti um ímpeto tão forte de vir aqui, conversar, que...

Eu sei que, se eu der um estalo de dedos, você se entrega toda. Eu sei que eu a faço arrepiar da nuca até a coxa se eu eu a tocar com um mísero dedo no local e na intensidade certa. Eu sei que deve ser por isso que você se derrete toda por mim, querendo ser uma mosquinha para pousar na minha piel de miel.
Eu sei que você está começando a se apaixonar por mim - se já não estiver completa, loucamente apaixonada.

Eu sei que deveria é me orgulhar muito disso, e sei que poderia usar isso como armas pra te tratar como um cão trata um dono: sabe como fazer com que ele fique todo feliz, com cinco minutinhos de brincadeirinhas, até que ele [cão ou dono] se cansa e larga um do outro.

E infelizmente é isso o que eu tenho feito: algumas sextas-feiras à noite, você me liga toda carente... e eu, bobo que sou, apareço aí, dou pelo menos duas, tomamos café juntos e vou embora no outro dia, normalmente perto da hora do almoço. Cinco minutinhos de brincadeirinhas e, quando um cansa, larga do outro.

Perdeu a graça. Não há mais mistério a ser descoberto. Ficou óbvio. E é por isso que eu desanimei do nosso caso. Vinicius de Morais, no seu poema famosíssimo "Receita de mulher", mostra isso: a mulher não precisa ser extremamente bela, mas é obrigada a ser misteriosa.

Não vou dizer que eu não esteja gostando das nossas horas íntimas. Diria eu que estou... deslumbrado. Errei, errei muito no começo; foram como as primeiras machadadas no tronco: nem arranham a casca, mas, sem elas, não se derrubaria a árvore. É o tempo que perdemos amolando uma faca na cozinha, mesmo que seja pra cortar um só legume - aparentemente desnecessário, mas essenciais. E por isso eu serei eternamente grato e certamente me lembrarei de você por toda a minha vida.

Eu sei que deveria falar tudo isso, de um jeito mais brando, cara-a-cara. Mas o medo de magoá-la é tanto, tanto! Na minha cabeça, parece que eu estou dizendo "vou ali ser feliz e fique você aí jogada, aos prantos, com as lembranças dos nossos momentos".

Por não saber como começar, tenho mandado pequenos sinais, não cedendo a todas as suas chamadas. Entretanto, você me chama de ingrato se eu não falo com você por um período superior a 24 horas. E você ainda se diz forte... "pode falar se você não quer mais que a gente se encontre, eu entendo, agora eu tô forte pra isso".

Sei.