sábado, 9 de janeiro de 2010

Sim senhora

Dizem ser sempre do homem a última palavra na relação. Essas do título.
Hoje quase saiu briga aqui em casa. Tudo por conta de Gabriel, actually.
Foi assim: meu pai dirige uma empresa de comunicação visual, e o principal shopping daqui da cidade por vezes solicita serviços para "nós", conforme meu pai tanto pluralizando eufemiza e ao mesmo tempo se orgulha. Campanhas, promoções, essas coisas. Dessa vez é a campanha de férias do shopping.
Problema: certamente ninguém nunca viu alguém colando adesivo, colocando banners, placas, etc. em um shopping, right? É porque eles sempre pedem para que qualquer prestação de serviço seja, por conveniência, feito fora do horário do expediente deles, ou seja, até 09h30 ou após 22h30.
Além disso, por vezes, por ser um trabalho que leva muito tempo, mas que é simples, meus irmãos e eu ajudamos a aplicar os adesivos. Evita um pouco o pagamento de hora extra. Trabalho escravo?
Enfim, Gabriel, que estava na cidade onde ele estuda até agora há pouco, não iria ter tempo para a  Juliana*. Já vi quando ele ficou de cara amarrada quando Diogo*, gêmeo dele que trabalha com meu pai, falou que precisaríamos ir ao shopping colar adesivos.
Eu não ligo de ir lá, até porque eu estou precisando ocupar minha cabeça. A questão é que eu preciso de um meio de transporte, se eu for. However, eu também acho desperdício se eu for no carro do meu pai, sozinho, sendo que os dois também vão lá.
- Diogo, como que eu vou? O Gabriel me busca aqui, eu vou com você...? Como?
- O Gabriel te pega.

O celular toca.
- Pai, posso ir pra lá depois da meia-noite?
- Mas até lá já vai ter acabado o serviço, Gabriel. 'Tá bom,pode ficar aí, precisa ir não. Pode ficar aí namorando. - eu já sei que quando meu pai fala com ironia, é porque ele está contrariado e BEM nervoso.
- E agora? - perguntei.
- Precisa ir não - respondeu Diogo, rispidamente.
- Tem certeza, Diogo? Nossa, que confusão, hein, mãe? - eu acho que, só de olhar, minha mãe entendeu o que eu estava pensando. - Eu vou com você, Diogo. Só me avisa quando estiver saindo.

Claro, eu sei que Gabriel passou a semana inteira lá na cidade onde ele estuda (atrasou por conta das "férias suínas", conforme eu caçoei outro dia), e quer to rest his bones with her, mas um diazinho a menos não mata ninguém, ce n'est pas vrai?
De fato, eu acabei de chegar de lá, 02h30. Nós voltamos quando a gente não pôde fazer mais nada. Ele está aqui na minha frente, no PC daqui de casa, jogando. Mal ele sabe que eu estou aqui falando mal dele escrevendo!

Já não foi dessa vez que saiu gente de cara amarrada aqui em casa por conta disso. Gabriel passou o natal com a família dela, muito a contragosto. Outra cidade (Brasília), gente que ele não conhecia... já viu, né? Daí, como dia 1º de janeiro é aniversário do meu pai, inevitavelmente, réveillon é aqui em casa. Claro que Gabriel não deixaria de virar 2010 aqui, dado que ele não passou o natal aqui.
Mas como tudo tem um "mas", Juliana é coiffeuse, sabe? Imagine: salão lotado, trabalhando feito louca, porque todas querem se emperiquitar pras festas do fim de ano... ela estava muito cansada, e não queria saber de festa. Claro, queria rest her bones with him.
Pergunta quem veio de cara amarrada aqui pra casa? Voilà.

Bem possivelmente eu ainda vou pagar pelo que eu estou falando aqui, mas custaria tanto assim a eles respeito tanto mútuo quanto próprio? Olha como seria muito melhor: meu irmão passava o natal aqui, ela descansava no réveillon. Não teria briga pro meu irmão ir ao shopping agora há pouco, para trabalhar. Nossa, vou parar aqui senão a lista ficaria infinita.
Namorados siameses? Eu dispenso.

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