Eu já conhecia esse vídeo, que é simplesmente perfeito. Só não havia pensado nele depois que comecei o blog. Deixe carregando (é um pouco grande, 12 minutos) e, enquanto isso, vá lendo.
Contei na última postagem sobre o excesso de liberdade de Carlos*, e pensei que ele só daria muita risada da minha cara, se ele lesse o post. Ontem, havia uns amigos no quarto dele. Estavam tocando guitarra e rindo, e iriam jogar em rede nos computadores, grupo ao qual eu me juntei mais tarde. Naquele mesmo post, eu contei do que se passou, segundo minha visão, ou melhor, audição.
Sei que esse último parágrafo pareceu desconexo, mas o que eu quero dizer é que ele é feliz. Eu o invejo um pouco. Claro, uma inveja boa - eu o invejo porque ele com certeza sente a vida dele completa, e eu sinto um vazio aqui dentro...
Houve um momento em que eu cheguei muito próximo desse "nirvana". Foi no final de julho, quando participei de um congresso de iniciação científica de nível nacional. Apresentei meu trabalho no dia 29, um painel. Eu achei que havia apresentado bem, mas nada fora da média.
Na manhã do dia 30, foi o encerramento do congresso, em que haveria a cerimônia de premiação de trabalhos.
- O trabalho premiado na área de Operações Unitárias e Sistemas Particulados, ou melhor, oS trabalhoS, são quatro. Foi uma escolha difícil, pois os trabalhos estavam com um nível muito bom (...)
E eis que a presidente da organização do congresso anuncia, dentre outros trabalhos, o meu. Tamanha a minha incredulidade, eu precisei confirmar no livro de resumos se o código E8-P28 realmente era o meu trabalho, por mais que ela tivesse lido o título e o nome dos autores.
Fui até a frente do auditório receber as congratulações e o prêmio, que eram um livro relacionado à área de pesquisa e um certificado da premiação. Entretanto, como foram quatro premiados e um único livro, ele foi sorteado. Não ganhei o livro, mas pouco importa. Nunca senti tamanha sensação de trabalho feito. Aquela foi, sim, a representação máxima da minha capacidade como pesquisador.
Borboletas no estômago. A cadeira daquele auditório nunca me pareceu tão confortável, agora que eu não estava sentado sobre ela, e sim, de frente a tantos olhares. Eu sentia falta dela.
Ou melhor, delaS: a cadeira, e a pessoa para me falar ao ouvido:
- Não entendo exatamente o que representa essa premiação, mas eu estou muito orgulhosa de você. Maior do que essa sensação de plenitude que você está sentindo agora é o meu amor por você.
Eu não mereço tanto - realização no campo amoroso, no campo acadêmico-profissional... o que mais eu poderia querer? Amor, obrigado, esse prêmio também é seu: pelo apoio, pelo carinho, pelo amor, enfim... Eu te amo também.
Depois de sair do auditório, meus olhos foram ofuscados pelo sol forte, não dando tempo para meus óculos me protegerem antes disso. Meu esforço hercúleo e silencioso de segurar as lágrimas foram em vão.
- Tudo bem, Gringo, pode chorar agora, eu sei... - disse Marina*, uma amiga que também fora ao congresso.
Não, você não sabe o porquê dessas lágrimas salgadas. Queria que elas tivessem adoçadas - o sabor do amor.
... é isso. Agora, eu sei o que me falta nessa vida.
Carlos se sente tão bem, tão feliz, tão... completo, e a razão disso é que ele tem Priscila, os amigos, a família, as responsabilidades - por que não? -, a vida, enfim.
E eu não tenho minha "Priscila". Não, não tenho desejo algum pela "Pequena" dele, como eles chamam um ao outro. Acho que vocês me entenderam.
Pronto, acho que agora, o vídeo já deve ter carregado. Assista a ele e entenda o porquê de eu ter achado o vídeo perfeito. Será que é porque eu me identifiquei com Jason?
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