A adstringência inaugura o paladar -- as notas acentuadas de um bom vinho são convidativas para um momento a dois. O bouquet clama por ser inalado, o perfume exalado do colo convida uma cabeça para repousar ali. O calor do vinho subindo às maçãs do rosto, uma embriaguez leve, que faz esquecer o mundo, louco mundo. Só existem nós dois. Aqui. Agora. Para sempre.
Sal é essencial -- aquela pitadinha de ciúmes é saudável, e não mata ninguém. Aliás, é necessária. A sensação de "eu te quero só pra mim, tá bom?" é indescritível.
Pimenta é ótima também -- capsaicina combina com vários pratos, desde carnes até chocolates. Um olhar eu-quero-te-comer-agora, aquela pegada máscula e inesperada, forte, mas não bruta. Breathtaking. Ela pede mais e mais, com os olhos lânguidos. Olhos que se entregam, bocas sedentas que clamam pelo encontro, corpos maliciosos que clamam pelo encontro...
Fogo, então, nem se fala! Rara e sem-graça a receita que não vai ao fogo. Meus braços que se enlaçam em seu dorso nu, os seus que enlaçam meu pescoço, mãos puxando meus cabelos, seu corpo de mulher pedindo pelo meu corpo de homem...
Doce é bom -- é o sabor que mais se destaca; a sobremesa encerra uma refeição completa. Um carinho, demonstração sublime de amor, daquela que nos deixa light-hearted. Os corpos se encaixam e se declaram, exauridos. Satisfeitos. Unidos.
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