terça-feira, 11 de outubro de 2011

I surrender

Vou ficar temporariamente devendo o "Dordelícia" de que citei antes.

Numa outra conversa que não queria ter tido se não fosse pessoalmente, a Di acabou por me arrancar uma informação: eu estava a tratando "diferente" justamente pra que a gente se esfriasse e terminasse naturalmente, assim que ela fosse pra essa viagem. Eu, burro que sou, voltei a dar assistência.

Não liguei na sexta, nem no sábado. Não havia um motivo especial. Não me deu vontade, só isso. Daí eu recebo uma mensagem com o mesmo teor das anteriores, porém um pouco mais incisiva: "você está esperando eu ir pra Madri pra gente marcar algo? Não tenho idade pra esse tipo de atitude. Acho que esse é que é você mesmo, frio, seco e egoísta."

O sangue me subiu na cabeça. Now is the time. Independentemente do seu estado emocional, independentemente de viagem próxima, ela apelou. E vai me perder. Peguei o carro e dirigi com as pulsações ardendo nas têmporas, tão rápidas quanto as batidas da música eletrônica que coloquei pra tocar.

Assim que entramos, um abraço longo. As barragens já não resistiram à represa de lágrimas. It's over.

Houve toda uma discussão, toda uma briga. Descobri até que ponto pode ir o rancor de uma pessoa, a ponto de salvar histórico de navegação só pra esfregar na minha cara sobre o que foi dito e não dito.

"Você está é querendo poupar você mesmo!" [sobre eu falar que estava "diferente" pra não deixá-la triste quando for pra Madri]. Sim, ela me pegou de surpresa. Pode até ser que eu realmente esteja me poupando de sofrimento. Mas também não vejo problema algum nisso, de qualquer forma.

Como é que eu falo isso?

Ressaltei o tempo todo que não fiz nada por mal. Achamos melhor terminar mesmo. "Eu gosto de você, não se esqueça disso". E levantei, dirigindo-se pra porta. Já estava recuperado, respirando normalmente, adrenalina baixando...

Paralisei.

Depois de toda a briga, nenhum dos dois teve força pra destrancar a porta. Se nós, nas travessuras das noites eternas, já confundimos tanto nossas pernas! Diz com que pernas eu devo seguir.

I surrender.

Eu gosto da companhia dela, mas estou realmente desanimado com essa insistência. Ao mesmo tempo, fico receoso de dar patada, e simplesmente estamos juntos porque eu tenho piedade dela. Piedade porque eu sei que todo o prazer que a gente se proporciona é meramente físico. Piedade porque ela associa essa minha vontade de proporcionar prazer com paixão. Piedade porque ela acha que, dando um chá de b***** em mim, vai me conquistar. Piedade porque essa insistência é atitude de "menininhas da minha idade", conforme ela própria fala (isso se não for de mais novas), e não de mulheres que "não tem mais idade pra esse tipo de atitude".

Claro, vou lembrar de tudo o que se passou entre a gente com uma lembrança boa. Não é que a gente não deu certo. A gente deixou de dar certo. É bem diferente.

Não adianta, é muito complicado querer explicar isso. Eu vou sair como o cafa dessa história, de qualquer forma. Mesmo não tendo sido. É perda de tempo eu querer terminar pacificamente.

Quer saber de uma coisa? Desisto. Não que eu tivesse planejado isso, mas não vejo opção: vou devolver as ofensas num touché friamente calculado. Pouco a pouco, vamos ficar um oceano de distância um do outro. Literalmente. Meu primeiro passo:

- Eu te amo.

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