domingo, 20 de dezembro de 2009

A origem do amor platônico

Estava eu conversando com uma amiga, a Isabela*, e me veio o clique para escrever sobre um tema um tanto delicado: o medo de demonstrar algum afeto, mesmo que sem second intentions.
Diriam os psicólogos (né, Fer*?), sociólogos, filósofos - sei lá - que o homem, a partir do momento em que decidiu viver em sociedade, precisou de regras que delimitassem o espaço de cada um. Estão aí vários teóricos que discorrerão por páginas e páginas sobre isso. Desculpem-me, não conheço quais. Fer, me ajuda?
Não sei se estou sendo original quanto a essa ideia, mas uma coisa que eu pensei durante essa conversa: a intimidade é como uma volta à barbárie, então: a partir do momento em que nos tornamos mais próximos de qualquer pessoa, nós vamos ficando mais espontâneos, sentindo-se mais "em casa". Ou seja, gradualmente recuperamos nossa liberdade primitiva.
No entanto, um medo ainda fica: elogiar essa pessoa próxima sem soar como um xaveco, conforme a Isabela disse. Medo de quê, afinal?
Medo de não ser correspondido. Nós somos um pouquinho egoístas, bem lá no fundo da nossa mente. Nós é que queremos ser elogiados. Queremos nos certificar que a opinião que os outros têm de nós mesmos é boa.


"Não me importo com o que os outros dizem de mim". Bullshit! Auto-afirmação sucks.

E nós, suplicando inconscientemente pela atenção do outro, nos jogamos num amor platônico.
Para as mulheres, é até "bonitinho" quando ela está into someone. Harpas celestiais tocam quando ela o vê.
Ele não me dá atenção! Quem é aquela baranga do lado dele? Ai que raiva!
Ai que delícia é estar apaixonada! Aiquelindoooooow!


"Peço tanto a Deus para esquecer! Mas só de pedir, me lembro"


Agora, para um homem, é tratado como ridículo. É piegas, é coisa de mulherzinha. Pô, cara, que belo chá de buceta ela te deu, hein?
A vida em sociedade impede que o amor se manifeste da forma mais verdadeira e pura possível. Por isso, assim que arranjamos nosso espaço, tratamos logo de criar o mundo onde "só há nós dois". Nosso segredo. Nosso infinito particular.


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