domingo, 10 de julho de 2011

Nada de mais...?

Foi aniversário de 25 anos do Bruno* outro dia aí. Ele conseguiu umas cortesias de uma balada aqui em São Carlos. Não tenho lá tanta amizade com ele, mas não tinha motivo pra não ir. Já tava meio nhé porque fiquei no laboratório até mais tarde, mas de cavalo dado não se olham os dentes, n'é verdade?
Procês terem noção do meu ânimo, eu passei antes na farmácia e comprei cápsulas de pó de guaraná. Senão eu ia ser o chato da vez, querendo ir embora. Já parti pra ignorância e tomei logo duas.

Chegando lá, só eletrônica. Tá, eu sabia que ia tocar samba e pagode (!), mas já tava enjoando o tum-ts-tum all night long.

Meio alterado pela junção cinco long necks + duas cápsulas de pó de guaraná, mas não estava sem noção ou amnesiado. Estava fazendo nada de mais, mas eis que ela surge. Nem sabia quem era, nunca tinha visto, mas era convidada do Bruno. Não trocamos a single word, só estávamos dançando, non plus. Ela não estava se aproximando slutty way, mas estava way too close. Só pra fazer graça, eu dei um puxãozinho mais fierce, looking at her lips.

Minhas costas arrebatadas na parede, newt feelings. Mãos dela nos meus ombros. The heat of her breath on my face...


São Carlos, nove de julho de 2011. Aos vinte e dois anos.


Deixei que ela "guiasse", por razões meio óbvias. Nem por isso me mantive à deriva, par contre.


O mais bizarro de tudo foi nem ao menos saber o nome dela. Horas de amasso e mordiscadas (até fiquei com "medo" de ficar com a boca roxa), paramos até de dançar, cansados. E ficou aquele silêncio de elevador. Claro que falar de silêncio em uma balada é bobagem, mas cês entenderam: aquele "silêncio" incômodo, pedindo pra ser quebrado.
- Sabe que eu tô achando uma coisa estranha?
- O quê?
- A gente mal trocou umas palavras! Não sei seu nome, por exemplo. - eu sei, depois desse tempão, era a coisa mais ridícula que eu poderia ter feito, mas era inevitável.
- Diana*. E o seu?
E continuou comme ça. Nomes, origens, e tal.

Depois de mais um desses silêncios perturbadores:
- Você faz engenharia química também? - olha só, no final das contas, ela é quem está puxando assunto...
- Sim, entrei no mestrado agora. Formei aqui também, então faz cinco anos e meio que estou em São Carlos.
- Hm. eu faço doutorado, eu tô no segundo ano.

Olha só como a gente inverte todas as coisas. Eu só fui conhecer-CONHECER a Diana depois de mais de duas horas avec elle. "Primeiro a gente foge, depois a gente vê"...?

A Alê estava lá. Bêbada é pouco. Lógico que ela não poderia deixar de me zoar um pouco, né? "Aeeee, pegando, hein?". Mal ela sabe que nem eu estou entendendo a situação.

Longa despedida, com direito a remember. Ela ia num carro com outras amigas dela, de carona, com sete pessoas num Celta. Acho que o carro ia explodir se alguém abrisse a porta depois. E eu, sozinho, num Fit... Não que eu a estivesse "comprando" com o carro - até porque ela nem sabia dele -, mas entre ficar num aperto daqueles e uma carona um pouco mais confortável - pelo menos fisicamente...
Ofereci.
- Pode deixar, eu vou com as minhas amigas. Elas moram perto de casa.
Eu só estou oferecendo uma carona! Não estou fazendo nenhuma proposta indecente. Se elas quiserem ir, no problem.


Depois, fui até a casa do André*, colega meu do mestrado, pra "terminar de beber as cervejas". Eu já tava meio cambaleando de sono, o guaraná tinha ido embora. Mas fui. Eu quase virei assunto da roda.

- Não, peeeensa! Esse niver do Bruno só deu bafão! Agora vai ter que por na roda! - eu já estava grinning quando ela disse isso - Ela é lá do DEQ, né?
- É - respondi, ainda com um sorriso amarelo, recostando a cabeça ao sofá. Stop this, please!
- Ô, chama ela pra vir pra cá! - sugeriu André. - Liga lá pra ela.
Eu não tenho o telefone dela! Pensei em dizer, mas preferi não comentar o fato. Até porque deu pra perceber que eles dois queriam um momento seuls, e eu e mais uma amiga da Alê sobrando.
Não peguei número de telefone. Só sabia que ela também é pós-graduanda no mesmo departamento que eu, que tem um nome diferente (por razões óbvias, usei um pseudônimo que ilustrasse isso) e que foi numa mesma festa que eu antes dessa balada. Tudo o que eu precisava pra achá-la no Facebook. Adicionei.

Eu sei que tô cortando a história bem no meio, mas that's all, folks, é o que eu tenho pra contar do que se passou. Mas aqui vão meus alguns insights sobre o ocorrido até o momento:

Primeiro, o fato per se. Tudo uma sequência de... acomodações, deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem? Eu não tô fazendo nada, você também. Tô por entender tudo isso ainda. Isso acaba levando à mesma conclusão do segundo insight:

Segundo, a recusa da carona. Tá, eu não estava boasting myself at any time, mas sabe quando a luzinha CAUTIONCAUTION acende? Então, na cabeça dela deve ter sido bem assim. Certeza que ela deve ter pensado mal de mim, mas o que eu posso fazer? Nada. Rien.
Bom, eu também senti o CAUTION: entre ficar naquele aperto e ir de carona, does that mean a one-night stand? Preferível ficar naquele aperto do que close to me? Então tá, we have a deal. Ou então era só questão de fazer de difícil (não que eu quisesse anything), ou seja, tem coisa aí...? Não sei.

Terceiro, a Alê me zoando. Desprezando sua ebriedade, eu já estava esperando algum comentário mais malicious, não necessariamente por parte dela, já que ninguém me viu with someone before. Mas não. Ainda bem, porque ia ser uma bela de uma saia justa! Por isso eu só respondia com um sorriso amarelo. Complicado demais pra querer justificar com uma direta "that's my first time, got it?" sem ser motivo de piada.

Quarto: quando no primeiro ano das disciplinas do mestrado, eu conheci o Joel*, que estava lá também e que é do mesmo grupo de pesquisa que a Diana. Escutei algo como "fura olho" nearby. O que me deu um pouco de nojo, actually - por eles serem colegas de laboratório. Sim, além de criticá-lo, eu vou fazer uma autocrítica também e, ao mesmo tempo, pagar minha dívida devida desde esse post: saber que aquele seu colega, no final das contas, tem second intentions, não faz pensar em traição, já que fica parecendo que todo esse companheirismo foi uma armação pra chegar nos finallies?
De fato, as mulheres têm razão quanto aos homens [que fazem isso] não prestarem. Isso é ambição! Não dá pra contentar com uma amizade boa, tem que arriscar. Por um acaso o blood flow down there te faz faltar oxigênio no cérebro?!


Deep inside não estava e nem estou tão extasiado assim, como dá pra perceber pelo que escrevi. Mas eu acho que é por aí mesmo, eu não tinha que estar aí subindo bem alto pra gritar, indo de escada pra elevar a dor. Não mesmo. A gente é sobrecarregado de historinhas cheias de mimimi, que a gente complica tudo. A gente quer história pra contar, e não uma vida fácil, sem graça, sem... passion. A gente quer tudo intenso, vibrante, vermelho. Mas a calma, a quietude azul também tem lá sua beleza, pourquoi pas?

Carpe diem? Não, sou mais laissez passer. E não, não é passividade. É não se perder em ilusões.

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