segunda-feira, 25 de julho de 2011

Inocência [NSFW]

Conversa vai, conversa vem, e eu convidei a Diana pra ir a um barzinho daqui de São Carlos.

Eu estranhei, à primeira instância, que outras pessoas também foram com ela. Não que eu tivesse esclarecido que era um rendez-vous, mas essa sim era uma ótima maneira de "se defender" de mim. De qualquer forma, não agi como se fôssemos un couple. Nem ao menos a beijei quando eu cheguei à mesa.
Frieza demais? Talvez. Mas o fato de não sermos só nós dois foi um pouco... chocante pra mim. Não que eu esteja digging on her that much.

- Senta aqui do lado da Diana - dizia Tânia*, melhor amiga dela.
Todos trocaram de lugar por causa disso.

Certamente, pela conversa na mesa, eu acho que fui tachado de nerd. Mas os assuntos surgiam, eu dava pitaco, fazer o quê? Uma mesa só com pós-graduandos em áreas parecidas... não tinha como não conversarmos sobre nossas rotinas. Da mesma forma, por mais que colegas de trabalho que saiam pra um happy hour não queiram que assuntos do trabalho surjam, eles insistem em dar as caras.

Resolvemos ficar mais perto da banda que estava tocando. Em pé, passei o braço pela cintura dela. Olhos no olhos...

Longest kiss ever. Não que eu tenha lá vasta experiência no assunto, mas começar a ficar turned on já mostra a intensidade da coisa. Eu a puxava mais perto, para que ela me sentisse também. Minha forma de dizer "don't play with fire, or you'll burn yourself!".

That's a rocket on your pocket or you're just... happy to see me?

Um pouco mais tarde, as outras pessoas disseram que iam passar em outra balada.
- Tô um pouco cansado, Di. Eu acho que não vou. - eu disse.
- Faz assim então: - disse Tânia. - você tá de carro, né? Quem não vai? Daí eles vão com você e você leva a Di de volta pra casa...
- Tá, mas eu preciso buscar o carro. Vim a pé porque era muito perto.

Voltamos pra casa. Por um instante, me veio à cabeça a ideia de pegar a condom em uma caixinha do lado da cabeceira da cama, perto de onde eu sabia estar a chave do carro. Nem sei porque eu mantenho essa caixinha, nunca usei, afinal... será que hoje pode ser a estreia dela? Ah, larga de ser pretensioso! Tem nada a ver.
Daí o tapado largou a caixinha como estava. Intacta.
Na porta da casa dela, uma "despedida" longuíssima. Em meio a respirações arfantes no carro...
- Quer subir?
- Posso? - perguntei, num meio riso, num meio beijo, meio arfante.

Senti uma mão querendo conferir onde antes estava o rocket on the pocket.
Acho que isso era um sim.

Olhando pra trás, eu aticei e todo mundo estava indiretamente conspirando: a mudança de lugares, a Tânia me empurrando a Di para que eu desse carona... Mas pergunta se o tapado aqui pensou nisso antes! Olha a inocência da pessoa! Cadê a pretensão? Cadê a proteção?

Minha cabeça latejava, feliz e tensa. Mãos geladas, eu tremia de... frio? Também.

Almost naked, e meio que já prevendo o que estava por acontecer, uma revelação estava entalada na minha garganta.
- Preciso te contar uma coisa.
- Conte.
- First time. - Sim, eu disse assim mesmo, não é vício de anglicismo típico dos textos que escrevo.

Sussuros, puxões de cabelo, carícias. E nada de turning on da minha parte. Pelo menos eu preciso garantir o dela!
Desci. Tirei o embrulho do presente bem vagarosamente, com a boca. Mordidas de leve nearby, sentia o quadril dela subindo, pedindo. Eu ria internamente, irônico: calma, que pressa é essa?

Por quê?! O tempo todo você esperava por esse dia e agora isso?!
- Relaxa - sussurava-me vagarosamente ao pé do ouvido.

Desistimos.
- Desculpa. Mas é o que eu te disse, tô nervoso...
- Tudo bem eu entendo. Você tá cansado da viagem, também. - consolou.

Ela ficou aconchegada no meu peito, como se contemplássemos o céu. Eu pensei que se eu me expusesse um pouco mais, talvez a adrenalina baixava um pouco. Algo parecido com que eu faço escrevendo aqui.
- Preciso te contar outra coisa. Aquele dia... também foi meu primeiro beijo.
- Sério? Mas você estava todo saidinho...
- "Saidinho"?
- É!
- ... É um pouco difícil pra mim, sabe?
- Mas com certeza não devem ter faltado meninas...
Respondi rindo. Tentando levantar meu ego e something else... entendi.

- Tá vendo, não tem nada de difícil...

Não consegui dormir. O sobe-e-desce do meu peito a acalentaram num sono leve.

Pouco mais tarde, alguns barulhos na rua a despertaram. Ela se remexeu um pouco.
Procurei sua boca. Beijei-a longa e levemente - já que foi assim no bar, why not try again?

Deu certo. Tá aí, é um jeito legal de eu me conhecer, também.

Agora sim.

Pena que fui rápido demais. Acho que, no final, eu ainda estou um pouco nervoso.

- Tá vendo, era só você relaxar...
Respondi num riso grave e baixo permeado de beijos na nuca.

Logo logo eu já estava turned on de novo. Dessa vez, mais intenso. Mudando de posições, de frequência, de intensidade... nosso suor nos ligava, we sway like branches on a storm.

Caí, prostrado, esgotado. As maçãs do rosto, porém, me tremiam de tão contraídas num sorriso abobalhado.

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- Vamos tomar um banho? - ela convidou.
Nenhum chuveiro elétrico conseguiria me aquecer - meu corpo estava quente demais pra isso. Sentir o chuvisco nos cabelos, aquele corpo pequeno perto do meu... Instintivamente, peguei-a pelas coxas, suas pernas me enlaçando nas costas. Tentei start over again. Sem sucesso, mas sem neuras.

Três é demais.

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