Fui a Uberaba sexta passada, não só por causa do feriado do dia das crianças (o de verdade), mas porque minha prima escolheu uma data interessante para se casar.
Dez do dez do dez, às onze da manhã meio-dia e meia, porque o padre atrasou. Por muito pouco, a data vira um capicua.
Sim, vá pesquisar o que é isso.
Minha prima vai se lembrar muito bem do fato de o casamento dela ser em um quase-capicua, claro. A data foi escolhida a dedo pelos noivos, não só por causa da coincidência dos números, mas para facilitar a vida dos convidados que moram fora, como eu, meus irmãos e alguns dos meus primos. Perto de um feriado, e tal.
Dez dias depois, outra data quase-capicua: 20/10/2010. Bem interessante também essa combinação de números, não é? E eu, você, e boa parte das pessoas viventes hoje passaram por um capicua de verdade, há uns anos: vinte de fevereiro de dois mil e dois, às vinte horas e dois minutos. Leia os números de trás para frente...
Macabro!
Outra curiosidade é que ninguém viverá pra passar por dois capicuas (rache a cuca e confira esse fato!).
O que eu estava fazendo de especial nesse minuto cuja combinação numérica raríssima? Não lembro. Só lembro que meu pai me mostrou a combinação interessante desses números na manhã daquele dia.
É, bem isso: não me lembro. Não pensei em nada especial para fazer ou lembrar forever.
Tudo bem que minha prima se casou no dia 10/10/10, e é óbvio que foi um fato programado. Nada contra ela ter pensado nessa data especial marcando em uma combinação numérica interessante.
Mas eu não pude deixar de pensar em uma das minhas características fortes: ser um planejador. Até que ponto é válido se antecipar? Até que ponto é válido querer prevenir problemas antes que eles aconteçam?
Por exemplo, na Comissão, vários problemas que surgiram só agora eu os havia antecipado, mas riram da minha cara. Exemplos:
1) "Missa? Como assim, missa de formatura? Nunca vi isso, deve ser coisa de mineiro.". Daí, nossa formatura não vai ter nem ao menos um culto ecumênico por conta de os outros membros terem ignorado esse ponto. Detalhe: já vieram me perguntar sobre isso.
2) "Ah, pára de frescura, o povo vai gostar de não ter que escolher roupa para os dois dias da formatura!". E deu no que deu.
No final, nem ao menos uma lembrança de que fui eu que antecipei esses problemas, e que eu poderia ter apresentado uma solução simples. Não que eu o tenha feito em busca de atenção, mimimi. Cês entenderam.
E isso machuca. A ponto de eu pensar em querer me livrar dessa característica (defeito?), só pra eu deixar de ser o chato-que-fica-agourando-os-planos-dos-outros e me tornar, pois, um pouco mais "relaxado" e sociável.
Tá, é "legal" saber que a formatura, no final das contas, vai dar certo. Mas é uma alegriazinha tão... solitária. Todo mundo bêbado, ninguém vai reparar que tudo aquilo foi um trabalho de três anos e meio, para toda a turma. Não é que eu esteja esperando qualquer coisa do tipo "a decoração está linda" ou "a temperatura do vinho branco está ideal".
Só quero ser reconhecido pelo que eu sou, e não pelo que eu fiz.
Dez dias depois, outra data quase-capicua: 20/10/2010. Bem interessante também essa combinação de números, não é? E eu, você, e boa parte das pessoas viventes hoje passaram por um capicua de verdade, há uns anos: vinte de fevereiro de dois mil e dois, às vinte horas e dois minutos. Leia os números de trás para frente...
Macabro!
Outra curiosidade é que ninguém viverá pra passar por dois capicuas (rache a cuca e confira esse fato!).
O que eu estava fazendo de especial nesse minuto cuja combinação numérica raríssima? Não lembro. Só lembro que meu pai me mostrou a combinação interessante desses números na manhã daquele dia.
É, bem isso: não me lembro. Não pensei em nada especial para fazer ou lembrar forever.
Tudo bem que minha prima se casou no dia 10/10/10, e é óbvio que foi um fato programado. Nada contra ela ter pensado nessa data especial marcando em uma combinação numérica interessante.
Mas eu não pude deixar de pensar em uma das minhas características fortes: ser um planejador. Até que ponto é válido se antecipar? Até que ponto é válido querer prevenir problemas antes que eles aconteçam?
Por exemplo, na Comissão, vários problemas que surgiram só agora eu os havia antecipado, mas riram da minha cara. Exemplos:
1) "Missa? Como assim, missa de formatura? Nunca vi isso, deve ser coisa de mineiro.". Daí, nossa formatura não vai ter nem ao menos um culto ecumênico por conta de os outros membros terem ignorado esse ponto. Detalhe: já vieram me perguntar sobre isso.
2) "Ah, pára de frescura, o povo vai gostar de não ter que escolher roupa para os dois dias da formatura!". E deu no que deu.
No final, nem ao menos uma lembrança de que fui eu que antecipei esses problemas, e que eu poderia ter apresentado uma solução simples. Não que eu o tenha feito em busca de atenção, mimimi. Cês entenderam.
E isso machuca. A ponto de eu pensar em querer me livrar dessa característica (defeito?), só pra eu deixar de ser o chato-que-fica-agourando-os-planos-dos-outros e me tornar, pois, um pouco mais "relaxado" e sociável.
Tá, é "legal" saber que a formatura, no final das contas, vai dar certo. Mas é uma alegriazinha tão... solitária. Todo mundo bêbado, ninguém vai reparar que tudo aquilo foi um trabalho de três anos e meio, para toda a turma. Não é que eu esteja esperando qualquer coisa do tipo "a decoração está linda" ou "a temperatura do vinho branco está ideal".
Só quero ser reconhecido pelo que eu sou, e não pelo que eu fiz.
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