sábado, 3 de julho de 2010

Eu não preciso de você

Eu conheço cada centímetro da sua pele, cada palmo do seu corpo. Sei o exato ponto onde as cócegas te são mais provocantes, qual é aquela partezinha do seu couro cabeludo onde você mais gosta de receber um cafuné.
Sim, eu percebo que, quando você finge aceitar, mas está contrariada, uma ruguinha quase invisível na sua testa aparece. Eu sei que só quando suas covinhas aparecem é que seu sorriso veio da alma.
Eu sei qual é a coisa que mais te deixa ansiosa: esperar.
Entretanto, eu não precisava conhecer seu corpo, não precisava saber ler suas reações, não precisava conhecer suas ânsias.
Não preciso de nada disso.

Eu não preciso de você.

Mas que força é essa que me inquieta, que não permite ver aquela porçãozinha exata do seu pescoço sem que meus olhos traduzam meus pensamentos pecaminosos? Que força é essa que me faz ler suas linhas de expressão no seu olhar? Que força é essa que me força a fazer surpresas ou te deixar na expectativa, só pra ver seus cômicos pulinhos e tremeliques, de tanta ansiedade?

Eu não preciso de você. Mas estou aqui, do seu lado.

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