- Não te imaginava fazendo isso, Gringo - Marina* se surpreendeu, dizendo com seu jeito tímido. Parecia tão surpresa que eu achei que ela estava me repreendendo.
- Na verdade, eu sempre quis fazer, mas nunca me surgia a chance. Estou adorando a experiência. Recomendo!
Comecei a frequentar aulas de dança de salão. Marina não foi a única a estranhar o fato. Meu jeito sério e fechado não "bate" com o estereótipo de quem gosta de dança de salão.
Sweet illusion é pensar que se vai a aulas de dança de salão para aprender a dançar. São tantas as coisas que se aprende com a dança de salão que o ato de dançar em si é secundário. Quer ver?
Sweet illusion é pensar que se vai a aulas de dança de salão para aprender a dançar. São tantas as coisas que se aprende com a dança de salão que o ato de dançar em si é secundário. Quer ver?
Primeiro, o óbvio. Condução dos passos: o homem é quem conduz a dança. Consequentemente, há todo um desenvolvimento de auto-confiança, de segurança.
Diz minha parceira de dança, a Paula*, que dá pra perceber a personalidade da pessoa só de sentir a condução do parceiro. Há homens que não conduzem com tanta "força", o que mostra um pouco de insegurança. O oposto também diz algo desagradável: pode denotar autoritarismo.
Isso não se restringe só aos homens. Por exemplo, eu, com míseras quatro aulas de dança, já percebi que há mulheres que gostam de ser conduzidas com os olhos e não com o toque. A Simone*, uma das alunas, é das que gostam de trocar olhares.
Segundo, postura. É horroroso (e eu percebi isso na segunda aula) dançar olhando para os pés, com medo de dar ou levar um pisão no pé. Cadê a troca de olhares, cadê a sintonia entre o casal? E, de novo: postura exala auto-confiança. Mesmo se ela for desagradavelmente excessiva.
Postura! Exatamente! Perfeito!
Quer coisa que se encaixaria melhor ao meu tact avec les femmes que dança de salão? Como assim, Marina, "não me imaginava fazendo isso"?
Eu, perdido na aula.
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